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Theatro São Pedro apresenta a ópera Don Giovanni, de Mozart

Montagem reúne alguns dos mais importantes cantores líricos do país e estreia no próximo dia 28; produção terá outras quatro récitas em 30 de outubro, 1, 3 e 5 de novembro, com ingressos de R$30 a R$ 80

No fim do mês, o Theatro São Pedro apresenta sua segunda montagem neste semestre, desta vez com uma obra do século XVIII: a ópera Don Giovanni, escrita pelo compositor austríaco Wolfgang Amadeus Mozart em parceria com o italiano Lorenzo da Ponte. Sob regência do maestro convidado Cláudio Cruz e direção cênica de Mauro Wrona, a estreia será no sábado, 28 de outubro, às 20h00. Depois, serão mais quatro récitas em 30 de outubro, 1 e 3 de novembro, no mesmo horário, e a última no dia 5, mais cedo, às 17h00. Os ingressos custam entre R$ 30 e R$ 80.

Mantido pela Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo e sob a gestão da Santa Marcelina Cultura, o Theatro São Pedro apresenta uma nova produção da ópera também dirigida por Wrona, no mês passado, no Festival do Theatro da Paz, em Belém. A montagem paulistana traz outro elenco e reúne cantores que representam a boa geração de profissionais líricos do país, como o barítono Leonardo Neiva no papel título e a soprano Rosana Lamosa, que faz Donna Anna, por exemplo.

Composta por dois atos, Don Giovanni é definida como um drama giocoso, por misturar comédia e drama e estreou no Teatro Nacional de Praga, em 1787. Com libreto escrito por Da Ponte, é um dos títulos mais encenados pelo mundo e considerada uma obra-prima. Conta a história de Don Giovanni, um conquistador nato e individualista, movido por seu instinto e que não mede esforços para alcançar seus objetivos. Em uma época em que liberalismo político e liberdade sexual estavam entrelaçados, Don Giovanni atua, assim, de maneira subversiva ao abordar as aventuras sexuais do personagem.

A Orquestra do Theatro São Pedro estará sob a batuta de Cláudio Cruz, atual diretor musical da Orquestra Jovem do Estado de São Paulo e reconhecido com sólida carreira artística, como músico de orquestra e grupo de câmara e regente convidado das principais sinfônicas do Brasil, América do Sul, Europa e Japão. A direção cênica é de Mauro Wrona, que há vinte anos dirige espetáculos operísticos, incluindo o Festival de Belém (PA), onde está desde 2011. Nicolás Boni assina a cenografia, os figurinos são de Fábio Namatame e a iluminação de Caetano Vilela.

Para o maestro Cláudio Cruz que regeu Don Giovanni em 2005, em Campinas, e ainda como spalla foi o convidado para tocar na montagem que o Theatro Municipal de São Paulo apresentou em 1995, trata-se de uma obra referencial. “São árias lindíssimas que exigem grande preparo vocal dos cantores e atenção ao equilíbrio com a orquestra e posso afirmar que essa combinação está em sintonia com o ótimo elenco que conseguimos reunir para essa montagem”, comenta Cruz.

A MONTAGEM

O cenário foi pensado de maneira a atender o ritmo ágil da história, que se passa em 24 horas, e é ambientada em diferentes lugares. Assim, o cenário é composto por duas paredes móveis e dois painéis que vão se modificando conforme as necessidades da narrativa. Com influências do neoclassicismo, Mauro Wrona e Nicolás Boni inspiraram-se no pintor espanhol Francisco Goya. “A caixa cênica é toda coberta com pinturas de Goya, que foi contemporâneo de Mozart. Há também um painel que representa o mapa da cidade de Sevilha no século XVIII, que é muito emblemática na história da Ópera. É uma cidade com uma atmosfera que nos transporta para uma outra dimensão”, destaca Wrona.

Três obras de Goya serviram de inspiração para a concepção do cenário: A Romaria de San Isidro, Saturno Devorando seu Filho e O Verão. As duas primeiras fazem parte das “pinturas negras” de Goya, série feita nas paredes de sua casa entre 1819 e 1823, na fase final da vida do pintor e são compostas por 14 pinturas com tons escuros. As cores dos quadros combinam com a temática sombria da série, que gira em torno do período da Inquisição. O Verão faz parte da fase paisagística de Goya. Pintura bucólica e campestre, serve de cenário para a cena do casamento de Zerlina com Masetto, considerados o “casal puro” da história. Saturno, uma das pinturas sombrias, entra na cena final do espetáculo, quando Don Giovanni é tragado pelo inferno. Dessa maneira, os quadros acabam por marcar as diferentes atmosferas da ópera e de seus personagens.

ELENCO

Profissionais de destaque no país foram convidados para integrar o elenco, como o barítono Leonardo Neiva para interpretar Don Giovanni, a soprano Rosana Lamosa no papel de Donna Anna e Saulo Javan para fazer Leporello, o fiel amigo de Giovanni. Nomes sempre lembrados para as produções brasileiras e algumas internacionais, como os cantores Luciana Bueno (Donna Elvira), Caio Duran (Don Ottavio), Carla Cottini (Zerlina), Gustavo Lassen (Masetto) e Anderson Barbosa (Comendador), completam a lista.

HISTÓRIA

Don Giovanni (Il Dissoluto Punito, ossia Il Don Giovanni – O Libertino Punido, ou o Don Giovanni) é um marco na literatura do teatro lírico, ao lado de As Bodas de Fígaro e Così Fan Tutte, também frutos da parceria entre Mozart e Da Ponte.

A obra traz uma aguda crítica social e sarcasmo com relação tanto às personagens femininas como masculinas e tornou-se uma obra-prima pelo desafio que transpôs ao misturar comédia e drama, o que a caracterizada como drama giocoso.

O drama da ópera e também mote para o desenrolar de seus dois atos, dá-se logo na primeira cena, na qual acontece uma tentativa de estupro por parte de Don Giovanni à Donna Anna, uma das mulheres que insiste em conquistar, mas que consegue se livrar do ato. Por causa do ocorrido, seu pai, o Comendador, parte em busca de Don Giovanni, o que resulta em um assassinato. Frente à tragédia, Donna Anna pede que seu noivo, Don Ottavio, vingue a morte de seu pai, começando assim a busca por Don Giovanni.

Já a comédia, entre outros pontos da ópera, fica marcada pelo personagem Leporello, fiel criado de Don Giovanni e que o ajuda a acobertar suas empreitadas. Em um trecho da história, eles trocam de trajes para que Giovanni tente conquistar a empregada de Dona Elvira, sendo esta também alvo do conquistador.

O personagem título da ópera foi inspirado na lenda espanhola do nobre Don Juan, famoso conquistador de mulheres, e do seu encontro com a morte. Outro que também serviu de inspiração para Da Ponte, este de carne e osso, foi o escritor italiano e bom vivant, Giacomo Casanova, que se diz, inclusive, ter dado sua contribuição ao projeto.

No que diz respeito à criação de Mozart, o compositor acentuou, por meio da música, os momentos de tensão da ópera, fazendo da partitura um discurso dramático autossuficiente e não mera musicalização da narrativa, feito que, entre outros de Mozart, contribuiu para a imortalidade de sua obra.

PROFISSIONAIS

 Cláudio Cruz, diretor musical

Iniciou-se na música com seu pai, o luthier João Cruz. Foi premiado pela Associação Paulista de Críticos de Artes, Prêmio Carlos Gomes, Prêmio Bravo e Grammy Awards. Atuou como spalla da Osesp (1990 a 2012), foi diretor musical da Orquestra de Câmara Villa-Lobos e regente titular das Sinfônicas de Ribeirão Preto e Campinas. Regeu a New Japan Philharmonic, Hiroshima Symphony (Japão) Orquestra de Câmara de Toulouse, Northern Sinfonia (Inglaterra), a Sinfonia Varsovia, Svogtland Philharmonie (Alemanha), Jerusalem Symphony Orchestra. É regente titular e diretor musical da Orquestra Jovem do Estado, primeiro violino do Quarteto de Cordas Carlos Gomes e foi diretor artístico da Oficina de Música de Curitiba.

Mauro Wrona, diretor cênico

Atuou durante trinta anos como cantor lírico (tenor) no Brasil e na Europa, onde permaneceu durante vinte anos. De volta ao Brasil em 1997, iniciou intensa atividade na direção cênica de óperas, destacando-se nas produções das séries Ópera do Meio-Dia no Theatro Municipal do Rio de Janeiro (2000-01) e no Theatro São Pedro, de São Paulo (2004-07). Foi diretor cênico residente da Cia. Brasileira de Ópera, dirigida pelo M. John Neschling (2010). Laureado em regência pela Faculdade Santa Marcelina, regeu a série Ópera Café no Centro de Cultura Judaica (2008-2010). Desde 2011 dirige o Festival de Ópera do Theatro da Paz, de Belém do Pará.

Elenco

Leonardo Neiva (Don Giovanni)

Estudou com Francisco Frias na Escola de Música de Brasília e UnB antes de aprimorar-se com Rita Patané e Ernesto Paláci na Itália. Dentre seus principais trabalhos estão Falstaff  (Ford), na OSESP, Les Pecheurs dês Perles (Zurga), I Pagliacci (Silvio) e Thais (Athanael) no Teatro Municipal de Santiago do Chile, “l Barbieri di Siviglia” (Figaro) na estréia da Cia. Brasileira de Ópera, Wozzeck e Carmina Burana” para o Teatro São Carlos de Lisboa, de “Dialogues dês Carmelites” (Marquis de La Force) e Tristan und Isolde (Kunwernal) e Hänsel und Gretel (Vater) no Festival Amazonas de Opera, Ariadne auf Naxos (Musikleher), Götterdämmerung (Gunther) e o papel título de Don Giovanni para o Theatro Municipal de São Paulo, “La Bohéme” no Palácio das Artes em Belo Horizonte, Roméo et juliette (Mercutio) no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Participou da estreia brasileira de A midsummer night’s dream de Britten com grande sucesso. Estreou na França na ópera Rienzi, de Wagner no Teatro Capitole de Toulouse, sob direção de Jorge Lavelli. Gravou junto a OSESP a Sinfonia Nº 10 -“Ameríndia” de Villa-Lobos.

Rosana Lamosa (Donna Anna)

É uma das mais importantes sopranos brasileiras, reconhecida com os prêmios APCA (1996), Carlos Gomes (1998 e 2002) e a Ordem do Ipiranga (2010), na ordem de Comendadeira. Destacou-se em diversos papéis, como Manon e Violetta (Fille du Regiment) e e Rosalinde. Participou da primeira produção brasileira do Anel do Nibelungo de Wagner. Cantou importante obras, como O Guarany, em Lisboa e Armide, no Festival de Buxton na Inglaterra. Foi também concertista no Carnegie Hall e no Concert Hall de Seoul. Protagonizou estreias brasileiras, como de Magdalena de Villa-Lobos e A Tempestade de Ronaldo Miranda. Apresentou-se para o Papa João Paulo II durante sua visita ao Brasil e na 9ª Sinfonia sob regência de Kurt Masur. Alguns de seus discos: Jupyra com a OSESP (BIS) e Bachianas Brasileiras (Naxos). Em 2016 participou de importantes apresentações, como o Concerto de Abertura do TMRJ na Missa Solemnis de Beethoven. Em 2017 cantou a Paixão Segundo São Mateus com a Camerata Antigua em Curitiba. É professora de canto da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Saulo Javan (Leporello)

Iniciou seus estudos musicais e de canto com Carmo Barbosa. Atualmente estuda sob orientação de Marconi Araújo e aperfeiçoa repertório com Ricardo Ballestero. Venceu o XIX Concurso Nacional de Canto Heitor Villa-Lobos, da Cidade de Araçatuba, em 2002. Participou das montagens de “Tremonisha” (Joplin); “A Rosa do Asfalto” (Laércio Resende); “O Homem dos Crocodilos” (Arrigo Barnabé); “O Franco Atirador” (Weber); “Don Giovanni” e “As Bodas de Figaro” (Mozart); “L’Elisir d’Amore” (Donizetti); “Alcina” (Häendel), em primeira apresentação nacional. É diretor musical do Grupo All Music, regente e professor de técnica vocal, desenvolve workshops e performances vocais com grandes empresas no Brasil e exterior.

Luciana Bueno (Donna Elvira)

Estreou em O Barbeiro de Sevilha como Rosina. Desde então tem se apresentado como Carmen (Carmen), Donna Elvira (Don Giovanni), Lola (Cavalleria Rusticana), João (João e Maria), Suzuki (Madame Butterfly), Meg Page (Falstaff), Giulietta (Os Contos de Hoffmann), La Cenerentola (Cenerentola) entre tantas outras montagens. Atuou como Romeo (I Capuleti e I Montecchi), Mãe (Poranduba), Teresa (Magdalena), Mãe/Xícara Chinesa/Libélula (O Menino e os Sortilégios de Ravel), Marguerite (A Danação de Fausto), Miss Jessel (The Turn of the Screw) e Mãe, em O Menino e a Liberdade, de Ronaldo Miranda. Foi solista no Messias de Häendel, Requiem de Verdi, Missa em Dó Menor de Mozart, Missa em Dó Maior e Nona Sinfonia de Beethoven. Estudou com Pier Miranda Ferraro (Itália) e Leilah Farah (Brasil). Atualmente desenvolve repertório com Ricardo Ballestero.

Caio Duran (Don Ottavio)

Bacharel em canto (Faculdade de Música Carlos Gomes), iniciou seus estudos com Benito Maresca e posteriormente com Isabel Maresca. Participou de masterclasses com Marco Gandini, Angelo Loforese, Marcello Giordani, Gregory Kunde, Luciana Serra e Iris Vermillion. Diplomou-se pela Civica Scuola di Musica Claudio Abbado, em Milão. Cantou sob a direção de Roberto Duarte, Alex Klein, Patrick Fournillier, Luís Gustavo Petri e Sergio Monterisi e com os diretores Livia Sabag, Carlos Harmuch, Cleber Papa, Enzo Dara, Mauro Wrona e Gianni Quaranta. Em 2017 diplomou-se pelo Opera Studio do Theatro Municipal de São Paulo sob a direção de Gabriel Rhein-Schirato.

Carla Cottini (Zerlina)

Vencedora do Prêmio Revelação no 10º Concurso de Canto Maria Callas, a cantora tem no currículo importantes papéis operísticos apresentados em palcos como os do Theatro Municipal de São Paulo, do Palácio das Artes de Belo Horizonte, do Palau de la Musica de Valencia e do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. É mestre em interpretação operística pelo Conservatório Superior de Música Joaquín Rodrigo (Espanha). Tem formação em artes cênicas e jazz dance na Casa de Artes OperAria e em ballet clássico na Royal School of Ballet.

Gustavo Lassen (Masetto)

Formado pela Academia de Ópera do Theatro São Pedro, debutou neste teatro em O Guarany (Don Antonio), e posteriormente como Colline em La Bohème, no Auditório Adán Martin em Tenerife – Espanha. Desde então se destacou também em Falstaff (Pistola), Édipo Rei (Tirésias) e Adriana Lecouvreur (Principe de Bouillon). Atuou com maestros como Roberto Duarte, Marco Boemi, e L.F.Malheiro. Foi dirigido por Enzo Dara, Caetano Vilela e Stefano

Vizioli. Estuda técnica vocal com Isabel Maresca. Venceu as edições XI e XII do Concurso Brasileiro de Canto Maria Callas.

Anderson Barbosa (Comendador)

Membro da academia do Theatro São Pedro foi orientado por André dos Santos. Sua formação inclui, Francisco Campos, Martin Hummel (ALE), Marco Boemi (IT), Felicity Lott (UK), Gregory Reinhart (EUA) e Maciej Pikulski (PL). Sob a regência de André dos Santos, Luiz Fernando Malheiro, Alex Klein e Silvio Viegas, interpretou Sarastro, Superintendent Budd, citado na revista italiana L’opera, pela beleza musical e interpretativa de Hermann Landgraf e na crítica nacional pela excelente atuação como Commendatore. Premiado no Concurso Maria Callas 2017 e aprovado na Berlin Opera Academy.

SERVIÇO:

Don Giovanni, de Mozart – ópera em dois atos 

Datas: 28 e 30 de outubro, 1, 3 e 5 de novembro

Horários: domingo, às 17h00 e nos demais dias, às 20h00

Local: Theatro São Pedro

Endereço: Rua Barra Funda, 161 – Barra Funda, São Paulo/SP

Ingressos: R$ 30 a R$ 80

Plateia: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia)

1º Balcão: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia)

2º Balcão: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia)

Mais informações: (11) 2122-4070 – www.compreingressos.com

Duração: 170 minutos

Classificação indicativa: 16 anos

Capacidade: 636 lugares

Acessibilidade: Sim

Orquestra do Theatro São Pedro

Cláudio Cruz, direção musical e regência

Mauro Wrona, direção cênica

Nicolás Boni, cenografia

Caetano Vilela, iluminação

Fábio Namatame, figurinos

Elenco

Don Giovanni – Leonardo Neiva

Donna Anna – Rosana Lamosa

Leporello – Saulo Javan

Donna Elvira – Luciana Bueno

Don Ottavio – Caio Duran

Zerlina – Carla Cottini

Masetto – Gustavo Lassen

Comendador – Anderson Barbosa

Santa Marcelina Cultura

Criada em 2008, a Santa Marcelina Cultura é uma associação sem fins lucrativos, qualificada como Organização Social de Cultura pelo Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Estado da Cultura. É responsável pela gestão do Projeto Guri da capital e região Metropolitana de São Paulo, da Escola de Música do Estado de São Paulo – Tom Jobim (EMESP Tom Jobim) e do Theatro São Pedro. O objetivo da Santa Marcelina Cultura é desenvolver um ciclo completo de formação musical integrado a um projeto de inclusão sociocultural, promovendo a formação de pessoas para a vida e para a sociedade.

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