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Temporada 2018 da SP Cia de Dança estreia no Sérgio Cardoso!

Depois de uma bem-sucedida turnê em países como Alemanha, Áustria, França e Luxemburgo, a São Paulo Companhia de Dança volta ao Brasil para temporada no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo, com início em 21/6. A temporada trará obras de seu repertório e três estreias: Petrichor (2018), de Thiago Bordin, Instante (2017), de Lucas Lima, e Melhor Único Dia (2018), de Henrique Rodovalho.

Peekaboo (2013), Pas de Deux de Pássaro de Fogo (2010), Supernova (2009), de Marco Goecke, 14’20” (2002), de Jirí Kylián, Gnawa (2005), de Nacho Duato, Suíte de Raymonda  (2017), de Guivalde de Almeida, a partir do original de 1898 de Marius Petipa (1818-1910) e Primavera Fria (2017), de Clébio Oliveira, completam o repertório.

Tema da Temporada 2018

O tempo passa? Não passa no abismo do coração.
O tempo nos aproxima cada vez mais,
Não há tempo consumido nem tempo a economizar.
São mitos de calendário tanto o ontem como o agora,
e o teu aniversário é um nascer toda hora.
Carlos Drummond de Andrade

Em 28 de janeiro de 2018, a São Paulo Companhia de Dança completou 10 anos! Tempo de muitas parcerias e encontros; do descortinar de novos mundos; de descobertas do movimento e da identidade dessa Companhia feita do amor e da entrega de muitas pessoas. Vida longa para a São Paulo Companhia da Dança, a Companhia do Governo do Estado de São Paulo, a Companhia de todos nós!

Programas

Nos dias 21, 22, 23 e 24 de junho, o programa é um mergulho na linguagem de Marco Goecke com três obras: Peekaboo (2013), Pas de Deux de Pássaro de Fogo (2010) e Supernova (2009). Goecke é considerado um dos maiores nomes da dança contemporânea atual por sua linguagem particular do movimento, que traz para a cena imagens instigantes. Já foi coreógrafo residente no Nederlands Dans Theater e, desde 2005, tem atuado no Ballet de Stuttgart, mas sua trajetória muda de direção a partir de 2019, quando o renomado coreógrafo, com cerca de 60 obras já exibidas ao redor do mundo, torna-se o novo Diretor de Balé do State Opera Hannover.

Nos dias 28, 29, 30 de junho e 1º de julho, teremos duas criações de coreógrafos brasileiros da nova geração, que fizeram parte de suas carreira no exterior: Petrichor (2018), de Thiago Bordin (solista do Hamburg Ballet e do Nederlands Dans Theater), e Instante (2017), de Lucas Lima (solista e coreógrafo do Balé Nacional da Noruega em Oslo), além de duas obras canônicas do repertório internacional: 14’20” (2002), de Jirí Kylián, e Gnawa, (2005), de Nacho Duato.

Na última semana da temporada, dias 5, 6, 7 e 8 de julho, estrearemos Melhor Único Dia (2018), de Henrique Rodovalho, consagrado diretor da Quasar Companhia de Dança, de Goiânia, e veremos dois sucessos da temporada de 2017: Suíte de Raymonda, de Guivalde de Almeida e Primavera Fria, de Clébio Oliveira.

Os ingressos custam R$ 50 (plateia central), R$ 25 (meia-entrada plateia central), R$ 40 (plateia lateral), R$ 20 (meia-entrada plateia lateral), R$ 30 (Balcão), R$ 15 (meia-entrada balcão), e ficam disponíveis no site www.ingressorapido.com.br, pelo telefone 11 4003-1212 ou na bilheteria do Teatro Sérgio Cardoso, de quarta-feira a domingo, das 14h às 19h – telefone 11 3288-0136.

Durante toda a temporada da SPCD, Inês Bogéa comanda o Por Dentro do Espetáculo. Neste encontro, a diretora da Companhia, acompanhada por dois bailarinos, conta detalhes e curiosidades sobre os bastidores do programa que o público assistirá na sequência. A conversa acontece no terceiro andar (balcão) do Teatro Sérgio Cardoso, 45 minutos antes do início das apresentações. A entrada é gratuita.

Educativo

Além das apresentações noturnas, a SPCD apresenta Espetáculos Gratuitos para Estudantes e Terceira Idade nos dias 22 e 29 de junho, às 15h00, também no Teatro Sérgio Cardoso. Na ação, o público estabelece um contato geral com o universo da dança: assiste à coreografia e a trechos de obras do repertório da Companhia e recebe material didático com ilustrações assinadas por cartunistas brasileiros. Durante a atividade, Inês Bogéa sobe ao palco para mediar brincadeiras com os alunos, trazendo a dança para uma linguagem lúdica e divertida. As inscrições estão abertas e as vagas são limitadas. Para informações sobre o Espetáculo Gratuito para Estudantes e Terceira Idade escreva para o e-mail educativo@spcd.com.br

Acessibilidade

Desde 2013, a São Paulo Companhia de Dança utiliza o recurso de audiodescrição – modo que transmite ao público cego e surdo, por meio de fones de ouvido, informações sobre cenário, figurino e, principalmente, os movimentos dos bailarinos – em suas apresentações por espaços públicos no interior e na capital de São Paulo. E desde 2014, com o objetivo de viabilizar a implantação de mais recursos de acessibilidade comunicacional, a SPCD ampliou o programa por meio da tecnologia avançada do aplicativo gratuito Whatscine, que transmite para smartphones e tablets os recursos de audiodescrição, interpretação em LIBRAS e subtitulação, permitindo a pessoas com deficiência entrar em contato com a experiência da dança. A SPCD possui fones de ouvido e tablets para as pessoas que não têm o aplicativo em seus celulares.

Conheça as obras

ESTREIA | PETRICHOR (2018)

Coreografia e iluminação: Thiago Bordin
Música: Jóhann Jóhannsson e Wim Mertens
Figurinos: Fábio Namatame
Estreia mundial pela SPCD: 2018, Teatro Estadual de Araras, Araras, São Paulo

Primeira criação de Bordin para uma companhia brasileira, Petrichor – nome que remete ao cheiro da terra molhada pela chuva – teve como ponto de partida a música de Jóhann Jóhannsson e Wim Mertens, que, segundo Bordin, permite um vislumbre da criação coreográfica. “Quando ouço Mertens, começo a imaginar a luz, o figurino, os passos”. As características dos bailarinos brasileiros foram outra fonte de inspiração para o criador. “A obra se desenvolveu em diálogo com o elenco. Cada um trouxe uma cor, um caráter forte, marcante, bem diferente do que eu imaginava. E isso acabou por se tornar a parte mais gratificante desta coreografia”.

Petrichor – Foto: Rodolfo Dias Paes
Instante – Foto: Michelle Molina

ESTREIA | INSTANTE (2017)
Coreografia: Lucas Lima

Figurino: Fábio Namatame
Música: On the Nature of Daylight, de Max Richter
Iluminação: Nicolas Marchi
Estreia mundial pela SPCD: 2017, Sesc Jundiaí, São Paulo

Instante é uma criação de Lucas Lima para o Ateliê de Coreógrafos Brasileiros, e tem como ponto de partida a música de Max Richter, que ganhou novas dinâmicas no movimento dos bailarinos da SPCD. Segundo o coreógrafo, a obra trata de “um instante para se encontrar, e outro para se perder. Um instante para decidir, para seguir, para voltar, para se arrepender”. É uma coreografia que introduz novos impulsos e dinâmicas nos movimentos do balé, dialogando com a contemporaneidade.

ESTREIA | MELHOR ÚNICO DIA (2018)
Coreografia e iluminação: Henrique Rodovalho
Música: Criação original de Pupillo com voz de Céu
Figurino: Cássio Brasil

Estreia mundial pela SPCD: 2018, Sesc Santos, Santos, São Paulo

Rodovalho comenta que neste trabalho experimenta movimentos expandidos e continuados a partir da relação dos bailarinos que permanecem todo o tempo em cena. “As referências sobre esta característica vieram de grandes grupos de animais em movimento e como se desenvolvem e se relacionam”, diz o coreógrafo. A obra trata sobre ‘o que tem de acontecer’, neste breve espaço de tempo de existência deste grande grupo, relacionado principalmente a algum tipo de prazer. Por isso, o nome Melhor Único Dia. “Para tentar traduzir, de alguma forma, a curta existência que se expressa através do movimento em grupo”, completa Rodovalho.

Melhor Único Dia – Foto: Fernanda Kirmayr
Peekaboo – Foto: Marcela Benvegnu

PEEKABOO (2013)

Coreografia e figurino: Marco Goecke
Música: Simple Symphony, Benjamin Britten (1913-1976), H.Y.V.Ä e Sininen javalkoinen, com o coral Mieskuoro Huutajat
Execução de figurinos: Thomas Lampertz
Desenho de Luz: Udo Haberland
Dramaturgia e organização: Nadja Kadel
Coprodução: Movimentos Festival Wolfsburg
Estreia pela SPCD: 2013, Wolfsburg, Alemanha

Em Peekaboo, o coreógrafo alemão Marco Goecke lida com ato de esconder e revelar de forma instigante. O título se refere a um jogo infantil conhecido pelas crianças: a pessoa espia (peek em inglês), esconde o rosto e, de repente, reaparece e diz: ‘achou’ ou ‘boo’. Na obra, a sinfonia de Britten combinada com o som do coro finlandês Huutajat revela contrastes: ao mesmo tempo em que fala de fantasia, traz à tona os medos e a solidão de cada bailarino. O elenco se alterna em solos, duos, trios e conjuntos, a movimentação é rápida e precisa e os intérpretes aparecem e desaparecem misteriosamente da cena. “Tudo é uma questão para se perder e encontrar”, fala o coreógrafo.

PAS DE DEUX DE PÁSSARO DE FOGO (2010)

Coreografia, palco e figurino: Marco Goecke
Remontagem para a SPCD: Giovanni Di Palma
Música: Igor Stravinsky (1882-1971), The Firebird (Berceuse e final)

Desenho de Luz: Udo Haberland | Implantação para SPCD: Wagner Freire

Dramaturgia: Nadja Kadel
Figurino: Marco Goecke e Michaela Springer | Execução para SPCD: Judite Lima

Estreia pela SPCD: 2017, Teatro Sérgio Cardoso, São Paulo

“Marco Goecke criou este pas de deux para a música de Stravinsky – composta para o balé de Michel Fokine (1880-1942), The Firebird, estreado em 1910 – na ocasião dos 100 anos da obra, durante o Holland Dance Festival (2010). Goecke remodela o que na época estava totalmente de acordo com o caráter dos contos de fada russos originais – a luta de Ivan Tsarevich contra o mágico Koschei para libertar Tsarevna e seus companheiros do cativeiro – desembocando em um encontro entre duas criaturas tímidas. Utiliza dois trechos da música de Stravinsky: o acalanto, no qual o mítico pássaro faz todos adormecerem com sua mágica e o trecho final da obra. Seu dueto pode ser interpretado, inclusive, como um encontro entre o pássaro de fogo e o príncipe, duas criaturas de diferentes naturezas: um pássaro que dança e um humano que voa”, fala Nadja Kadel, produtora de Goecke.

Pássaro de Fogo – Foto: Wilian Aguiar
Supernova – Foto: Wilian Aguiar

SUPERNOVA (2009)

Coreografia e figurino: Marco Goecke
Músicas: Pierre Louis Garcia-Leccia (Ohimé – faixa Aka), Antony & The Johnsons (Another Word – faixa Shake That Devil)
Remontagem: Giovanni Di Palma
Execução de figurino: Madalena Machado (Arte & Cia)
Iluminação original: Udo Haberland
Dramaturgia: Nadja Kadel
Execução de objetos cênicos: Fábio Brando (FCR Produções Artísticas)
Estreia pela SPCD: 2011, Teatro Alfa, São Paulo

Inspirado pelo fenômeno astronômico das supernovas – estrelas que explodem e brilham no espaço, Marco Goecke criou Supernova, uma coreografia de contrastes na qual morte e vida, escuro e claro, estão ligadas pela energia de cada corpo. Os bailarinos aparecem e desaparecem do palco misteriosamente e a movimentação é marcada por sequências muito rápidas, precisas e controladas, que fazem os corpos vibrarem. Para Goecke, cada movimento pode acontecer somente uma vez. “Você pode fazê-lo cada vez mais rápido, então dificilmente ele vai existir no final”. A São Paulo Companhia de Dança foi a primeira companhia no Brasil a dançar uma obra de Marco Goecke.

14’20’’ (2007)

Coreografia e produção: Jirí Kylián (trecho da obra 27’52’’)
Remontagem para a SPCD: Nina Botkay
Música: Dirk Haubrich (inspirada em dois temas da Sinfonia nº 10 de Gustav Mahler)

Figurino: Joke Visser | Execução de figurinos para SPCD: Judite Lima

Iluminação: Kees Tjebbes e Loes Schakenboos

Estreia pela SPCD: 2017, Teatro Sérgio Cardoso, São Paulo

14’20”é um extrato de seu balé 27’52’’, no qual o título da coreografia tem referência ao tempo de duração da obra. Com música especialmente composta por Dirk Haubrich, o dueto extremamente físico exige uma entrega total dos intérpretes. “O tempo é o tema base dessa obra. As vozes dos bailarinos originais, que escolheram seus próprios textos para gravar, são executadas para frente e ao revés, assim como os passos da coreografia, causando a sensação de voltar no tempo”, conta Nina Botkay.

14’20” – Foto: Arthur Wolkovier
Gnawa – Foto: Paula Caldas

GNAWA (2005)
Coreografia: Nacho Duato
Remontagem: Hilde Koch e Tony Fabre (1964-2013)
Música: Hassan Hakmoun, Adam Rudolph, Juan Alberto Arteche, Javier Paxariño, Rabih Abou-Khalil, Velez, Kusur e Sarkissian
Organização e produção original: Carlos Iturrioz Mediart Producciones SL (Spain)
Figurino: Luis Devota e Modesto Lomba
Iluminação: Nicolás Fischtel
Estreia pela SPCD: 2009, Teatro Sérgio Cardoso, São Paulo

Gnawa é uma peça que utiliza os quatro elementos fundamentais – água, terra, fogo e ar – para tratar da relação do ser humano com o universo. A obra apresenta o reiterado interesse de Nacho Duato pela gravidade e pelo uso do solo na constituição de sua dança. Os gnawas são uma confraria mística adepta do islamismo, descendentes de ex-escravos e comerciantes do Sul e do centro da África, que se instalaram ao longo dos séculos no Norte daquele continente.

SUÍTE DE RAYMONDA (2017)

Coreografia: Guivalde de Almeida, a partir do original de 1898 de Marius Petipa (1818-1910)
Música: Raymonda, de Alexandre Glazunov (1865-1936)

Iluminação: Wagner Freire

Figurino: Tânia Agra

Design Gráfico da Projeção: Cyro Menna Barreto

Essa obra integra o terceiro ato do balé e mostra um diverssement da dança clássica em que vemos a beleza dos desenhos dos corpos na cena e a potência do balé. Guivalde de Almeida assina esta remontagem, ampliando o espaço de criação para o artista da dança do Brasil.

Suíte de Raymonda – Foto: Wilian Aguiar
Primavera Fria – Foto: Wilian Aguiar

PRIMAVERA FRIA (2017)

Coreografia, palco e figurino: Clébio Oliveira
Música original: Matresanch

Iluminação: Mirella Brandi

Estreia mundial pela SPCD: 2017, Teatro Sérgio Cardoso, São Paulo

A perda do objeto amoroso é um tema que há séculos inquieta e inspira poetas, pensadores e artistas. Mas, longe de constituir uma experiência metafísica, essa perda é vivenciada no corpo por meio de um intrincado encadeamento bioquímico sofrido e produzido pelo cérebro humano. Percepção, cognição e resposta. Estudiosos da psique, e seus dispositivos neurológicos também se renderam a este tema, trazendo para o campo da ciência o que já florescia na filosofia e na arte. Primavera Fria examina a anatomia de uma ruptura inesperada. É uma jornada do corpo pela perda do objeto amoroso enquanto experiência psíquica e neurológica. A obra propõe um mapeamento afetivo-sensorial do corpo em nosso cérebro.

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