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#SonharOMundo: museus paulistas celebram o Dia Internacional dos Direitos Humanos

Em celebração ao Dia Internacional dos Direitos Humanos (10/12) e aos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, os Museus da Secretaria da Cultura do Estado se mobilizam pelo quarto ano consecutivo para realizar a ação Sonhar o Mundo. A ação, que recebeu, em 2018, o Selo Municipal de Direitos Humanos e Diversidade, ocorre de 10 a 16 de dezembro, com uma programação diversificada de oficinas, debates, palestras, exibição de filmes, saraus, jogos e apresentações artísticas, com o objetivo de estimular a reflexão sobre solidariedade e Direitos Humanos.

Este ano, participam da ação todos os museus da Secretaria da Cultura do Estado e o Memorial da Inclusão, da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, por meio de programação cultural e ações nas mídias sociais. Instituições de todo o estado também estão convidadas a participar.

Destaques

CAPITAL

O Museu da Imigração, durante toda a campanha, convida o público a visitar a exposição “Infância Refugiada”, composta por fotografias da brasileira Karine Garcêz que mostram crianças em situação de refúgio no Líbano, na Turquia e na Síria. Em todos os sábados e domingos de dezembro, acontecem visitas educativas à exposição “Crianças que Migram”, sobre a infância e os processos migratórios. Já no dia 15, às 14h, em parceria com o Memorial da Inclusão e o Museu da Diversidade Sexual, será realizada uma visita integrada pelas três instituições, com discussões sobre estereótipos, acessibilidade e espaço público. As vagas são limitadas e, para participar, é necessário realizar inscrição pelo email: inscricao@museudaimigracao.org.br

No Museu da Diversidade Sexual, dia 11, às 10h30, acontecem visitas educativas com os educadores sobre Direitos Humanos e sexualidade. No dia 12, às 18h, acontece o bate papo “Os Direitos LGBTs”, com os professores Renan Quinalha e Fabio Mariano, sobre os Direitos da Comunidade LGBT. No dia 15, 10h, o museu convida a todos para a atividade “Meus Direitos”, intervenção com os artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

O Museu Afro Brasil vai convidar o público para uma edição especial da contação de história “Aos Pés do Baobá”, com o tema “Sonhar (e Transformar) o Mundo” e roda de conversa, no dia 15 de dezembro, às 11h. Por meio da história, os participantes serão convidados a refletir a respeito dos 130 anos da Abolição da Escravidão no Brasil, os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos e os 30 anos da Constituinte Brasileira. Para participar, é necessário realizar inscrição no site do Museu: https://www.museuafrobrasil.org.br

O Memorial da Resistência propõe visita à exposição de longa duração, voltada para o histórico do edifício e seus desdobramentos de controle, repressão e resistência, e às exposições temporárias, que apresentam argumentos extraídos da mostra de longa duração e são divididas em três vertentes: uma com base em pesquisas realizadas pela equipe do Memorial; uma relacionada à América Latina e ao Programa de Residência Artística; e uma desenvolvida de acordo com propostas externas. No dia 10, às 10h, realiza visitas espontâneas e mediadas à exposição temporária “Canto Geral: a luta pelos Direitos Humanos”, com atividades educativas ao final. No dia 12, às 11h, será a vez da visita à exposição “Ser Essa Terra: São Paulo, Cidade Indígena”, sobre a resistência indígena na cidade de São Paulo, com curadoria das comunidades que habitam a cidade e mediação de Daniel Kairóz e Marília Bonas.

No MIS – Museu da Imagem e do Som, no dia 10, às 14h, educadores irão apresentar seus projetos ou pesquisas sobre temas pertinentes ao atendimento de público em museus. No dia 13, às 10h, a mostra acessível a deficientes visuais “Cidade (In)acessível” vai expor registros de 15 cegos que registraram a cidade de São Paulo por meio de outros sentidos, mostrando como percebem a cidade em que vivem sem enxergar. No mesmo dia, às 19h, acontece um bate-papo sobre exposições acessíveis com a museóloga Carla Grião e João Kulcsár, curador da exposição.

O Museu do Futebol inaugura, no dia 15, às 11h, a visita educativa virtual “Muito Além do Futebol”, um vídeo com roteiro adaptado em Libras, que aborda os diferentes olhares do Museu e busca engajar o público surdo a participar cada vez mais do espaço. No mesmo dia, às 14h, acontece o “Sarau Poético”, com a proposta de ser um espaço literário de inclusão e diversidade e uma pausa divertida durante a visita à exposição.

A Pinacoteca, no dia 14, às 10h30, inicia a ação “JogaJunto”, em que disponibiliza jogos relacionados aos artigos da Declaração de Direitos Humanos. E no dia 15, às 14h30, acontece visita educativa na exposição “Arte no Brasil: uma história na Pinacoteca de São Paulo”. Não é necessário realizar inscrição.

No dia 15, às 15h, o Museu de Arte Sacra vai promover a caminhada “Lugares de memória: uma caminhada na região da Luz/Bom Retiro”, com o objetivo de mapear os museus e monumentos da região e os grupos e memórias representados no espaço, refletindo sobre a questão “Como podemos pensar os direitos humanos a partir desses lugares?”.

No dia 11, às 10h30, o Museu da Casa Brasileira vai realizar uma caminhada que irá do Museu até o Largo da Batata, onde será realizada uma ação com os frequentadores do Caps Itaim Bibi, com o intuito de mostrar as ações realizadas com o público.

INTERIOR

O Museu Felícia Leirner, em Campos do Jordão, realiza, ao longo do mês de dezembro, a ação “Comente a Declaração” em suas redes sociais, com postagens semanais de trechos selecionados da Declaração Universal dos Direitos Humanos acompanhados de uma pergunta que estimulará o público a manifestar suas opiniões sobre o tema. No dia 11, às 10h30, a oficina “Viva as Diferenças” estimulará a reflexão sobre a importância das diferenças na construção de um mundo plural e mais justo, tendo como base a Declaração Universal dos Direitos Humanos. No mesmo dia, às 15h30, os visitantes serão convidados a explorar o museu e abordar a questão “Cultura, Arte e Ciência são Direitos Humanos?”.

O Museu do Café, em Santos, apresenta o “Cine Debate”, no dia 11, às 15h, com exibição de filmes nacionais seguidos de rodas de conversas, focados nos Direitos Humanos. No dia 14, às 15h, a palestra “Convivendo com a Deficiência Visual” abordará conceitos e métodos de trabalho que contribuem para o desenvolvimento da acessibilidade em museus e centros culturais. No dia 15, às 10h, a oficina “Mulher e Trabalho”, com o artista plástico Paulo Von Poser, propõe a realização de uma homenagem às mulheres que trabalham na catação do café, abordando reflexões sobre Direitos Humanos, o cotidiano de trabalho dessas profissionais e paralelos sobre questões relativas à gênero e ao trabalho.

O Museu Casa de Portinari, em Brodowski, vai realizar, no dia 10, a atividade online “Você sabe o que são os Direitos Humanos?”, em que sete obras de Candido Portinari serão publicadas e o público será convidado a descobrir qual dos Direitos Humanos ela representa. No dia 11, às 9h, irá disponibilizar aos visitantes um dominó relacionado às obras de Candido Portinari e aos artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. A partir do dia 11, o público terá também oportunidade de assistir ao vídeo “Declaração Universal dos Direitos Humanos Completa 70 anos”, da ONU Brasil. No dia 12, às 16h, o museu realiza a “Roda de Conversa: 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos”, com uma reflexão sobre o tema.  E no dia 14, a atividade “Conhecendo e Conversando” vai propor aos adolescentes um bate-papo sobre igualdade e o combate ao preconceito.

O Museu Índia Vanuíre, em Tupã, vai compartilhar, nas redes sociais, a partir do dia 10, diversos vídeos com depoimentos de pessoas expondo suas considerações sobre os Direitos Humanos. No dia 11, às 9h, realiza uma roda de conversa com a indígena Lidiane Damaceno para discutir a temática Direitos Humanos e o que ele representa, de que forma serve e como se aplica para os indígenas. No dia 12, às 9h, a palestra “Os Direitos da Mulher”, ministrada pela delegada da Mulher, Cristiane Camargo Braga, discute os direitos das mulheres. No dia 13, às 9h, a palestra “Preconceito Racial”, com André Blackrap, presidente da ONG Umont – União do Movimento Negro por Todos, ministrará uma palestra e – por meio de dinâmicas, exibição de vídeos e bate-papo com o público – vai promover a reflexão e estimular o combate ao racismo, preconceito e discriminação.

Museus do SISEM-SP entram na programação

Desde 2017, a campanha “Sonhar o Mundo” integra também os museus do interior e litoral integrantes do Sistema Estadual de Museus (SISEM-SP). As instituições foram orientadas por meio de um curso oferecido pelo SISEM-SP, em parceria com o Memorial da Resistência, sobre como inserir a questão dos Direitos Humanos no cotidiano dos museus, de modo a expandir o conceito do “Sonhar o Mundo” para vários municípios do estado.

 Na capital, o Museu de Arte Brasileira – MAB FAAP vai realizar o “Conversa e Bordado”; o Museu de Arte Contemporânea da USP vai propor visitação pelo acervo com o tema “Mulheres no Acervo do MAC” e um encontro com o tema “Uma possibilidade de sonharmos o amanhã”; e o Museu da Energia vai propor visita à exposição “Labirinto em Mim” e caminhada com o artista Marcello Vitorino e o poeta Ítalo Anderson Clarindo abordando a mostra.

No interior, o Museu de Antropologia do Vale do Paraíba vai promover a exposição “Indústria, Patrimônio e Memória”; o Museu Histórico e Pedagógico Major Novaes, em Cruzeiro, vai realizar debates, exibição do filme “O Menino e o Mundo”, mostra de curtas e exposição;  o Museu Worik, em Arco Íris, vai promover visitas culturais e palestras sobre a importância dos Direitos Humanos para os povos indígenas; também em Arco Íris, o Museu Akam Oram Krenak vai promover a palestra “Desconstrução do Índio Midiático”; e o MIS Ribeirão Preto vai realizar palestras com os temas “Declaração Universal dos Direitos Humanos e Constituição Federal”, “Juventude”, “Violência Contra Mulheres”, “Igualdade Racial”, “LGBT” e “Pessoas em situação de rua”; e o Museu Akam Oram Krenak


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Museu Afro Brasil faz contraponto à era digital na mostra “Olhares Revelados”

O Museu Afro Brasil promove no próximo dia 8 de dezembro, às 12h, a abertura da exposição coletiva “Olhares Revelados”. Como sugere o nome da mostra, “Olhares Revelados” pretende desnudar aos olhos do espectador a arte da constante busca pelo sentido da imagem no fazer fotográfico. Algo que, segundo o curador da exposição, Silvio Pinhatti, se perdeu no século 21.

“Nos últimos anos, temos experimentado a cada instante um imenso crescimento da produção de imagens por multidões de celular em punho e redes sociais como o Instagram e o Facebook. Como é possível, num cenário como esse, valorizar a produção fotográfica e ressignificar o ofício do fotógrafo? Se hoje um senso comum afirma que ‘qualquer um’ pode produzir imagens – que vão se perder nas redes sociais num movimento praticamente sem autoria – como cristalizar a arte fotográfica com o cuidado, a atenção e o labor que ela merece? Como estender uma linha do tempo que faça jus a artistas tão fundamentais, que nos ensinaram que a fotografia é uma arte narrativa, memorável, imprescindível? Se tem se tornado tão banal a produção de imagens prolixas, é possível observar nelas uma frouxidão de sentido que sem dúvida não faz parte da fotografia como surgiu e se encorpou ao longo do século XX. Desse modo, é preciso que estejamos atentos aos artistas-fotógrafos que continuam zelando por essa arte.”

Silvio Pinhatti

“Olhares Revelados” reúne 87 fotografias de sete fotógrafos brasileiros: Andrea Fiamenghi, Eidi Feldon, Gil Rennó, Lucila de Avila Castilho, Paulo Behar, Pedro Sampaio e Tuca Reinés. Para além do ofício que une os sete profissionais, os artistas selecionados possuem em comum o afeto e a celebração do fazer fotográfico tal qual o mesmo se popularizou no século 20, buscando por meio da fotografia a beleza, a comunicação e a impressão de sentido à imagem.

SOBRE OS ARTISTAS

Andrea Fiamenghi

Nascida em São Paulo, Andrea Fiamenghi vive em Salvador, na Bahia, desde os quatro anos idade. Sua paixão pela fotografia a fez encontrar-se com a obra de Pierre Verger, grande fotógrafo e antropólogo francês, residente em Salvador. Do encontro com a obra e sob a influência do mestre, começa a retratar o povo nas ruas de Salvador e a desenvolver pesquisas. Na mostra “Olhares Revelados”, Andrea apresenta imagens da Cerimônia Águas de Oxalá e as festas do calendário religioso do Terreiro Iiê Axé Opô Aganju,

Eidi Feldon

Designer e fotógrafa, Eidi Feldon fez orientação de fotografia com Claudia Andujar nos anos 1970, e desde então sempre esteve de máquina em punho. Em “Olhares Revelados”, Feldon mostra registros da série “Thesaurus – O Lugar da Observância”, que reúne fotos que nos falam de um vestígio de tempo passado, mas também de um conjunto de circunstâncias do presente, que antevê os aspectos disruptivos de uma civilização que atravessa o seu momento mais pungente de deterioração ecológica.

Gil Rennó

Há quinze anos vivendo na Serra da Mantiqueira, Gil Rennó vem fotografando a fauna e a flora locais, sua gente, seu comércio e seus hábitos. Na exposição “Olhares Revelados” o artista apresenta fotografias de duas manifestações da cultura popular local cruciais para a população da Serra da Mantiqueira. São elas as comemorações da Festa de Treze de Maio no bairro do Quilombo em São Bento do Sapucaí, e a Via Sacra no município de Gonçalves (MG), em que a população faz uma peregrinação em volta da pedra do Cruzeiro.

Lucila de Avila Castilho

Nascida em São Paulo, em 1957, a artista é especialista em fotografia de viagem. Segundo o fotógrafo André Douek: “Na fotografia de Lucila identificamos os elementos, as estações e as criaturas. Estamos diante das cenas da gênesis”. Na exposição “Olhares Revelados”, Lucila apresenta imagens da Escócia, Chile, Itália e Islândia.

Paulo Behar

Com diversas fotos publicadas pela National Geographic e BBC Brasil, Paulo Behar procura registrar as belezas da natureza e vida selvagem, com um olhar que busque impactar e emocionar o espectador. Na mostra “Olhares Revelados”, o artista mostra fotografias da natureza selvagem encontradas em lugares como Chile, Cananéia (SP), Cubatão (SP), Pantanal do Rio Negro (MS), Poconé (MT), Barão de Melgaço (MT), Jardim (MS), Miranda (MS), Porto Jofre (MT)

Pedro Sampaio

Paulistano de 27 anos, acostumado à vida da metrópole e com formação multidisciplinar, Pedro Sampaio fotografa a resistência cultural dos que vivem à margem da globalização nos centros urbanos. Em suas viagens para Cuba, Irã, Líbano, países desacreditados pela imagem dos noticiários ou comunidades brasileiras isoladas da grande mídia, a fotografia lhe permitiu registrar aquilo que testemunhava

Tuca Reinés

O premiado fotógrafo Tuca Reinés exibe retratos feitos na aldeia de Jerusalém, província de Laikipia, centro do Quênia, África. Com cerca de 300 habitantes, a aldeia congrega três das principais etnias do norte do país: Samburu, Turkana e Borana.

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Museu Afro Brasil debate racismo, violência e experiências de resistência

No ano em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos completa sete décadas, e a abolição da escravidão no Brasil 130 anos, o Museu Afro Brasil, com a intenção de promover uma reflexão crítica sobre os significados dessas efemérides, promove no próximo dia 01 de dezembro, às 10h, a Roda de Conversa “Sonhar o Mundo, Fazer o Mundo: racismo, violência e experiências de resistência”. Clique aqui para se inscrever!

O propósito do encontro é discutir as condições de vida e acesso aos direitos sociais da população negra no país, bem como suas formas de organização política, resistência e superação do racismo.

Participam da atividade a doutoranda em Direitos Humanos pela Faculdade de Direito da USP e coordenadora da linha Desigualdades e Identidades do InternetLab – Pesquisa em Direito e Tecnologia, Natália Neris; o psicólogo e mestre em Psicologia e Sociedade pela Unesp, Igo Ribeiro; a doutoranda pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e assistente social, Cláudia Adão; além do doutorando em Psicologia Social pela PUC-SP e coordenador do Programa de Extensão e Rede do Museu Afro Brasil, Márcio Farias.

Durante a atividade serão destacadas experiências de superação do racismo materializadas na atuação do movimento negro na Constituinte de 1988 e no papel desempenhado pelo Museu Afro Brasil.

A Roda de Conversa “Sonhar o Mundo, Fazer o Mundo: racismo, violência e experiências de resistência”, faz parte da Campanha #SonharoMundo, organizada pelo Sistema Estadual de Museus da Secretaria da Cultura do Estado, que mobiliza os museus paulistas a se unirem pelos Direitos Humanos.

Sinopses

Claudia Rosalina Adão: São Paulo e a Violência contra a Juventude

A população negra, principalmente a sua juventude, é a maior vítima de homicídios no Brasil, o fenômeno se repete na cidade de São Paulo. Existe uma articulação perversa entre vulnerabilidade à morte, pobreza e raça. Nas periferias da cidade de São Paulo, onde estão localizados os distritos mais vulneráveis socialmente, há uma concentração da população negra e de violência letal. O objetivo de seu trabalho é demonstrar que esta articulação perversa está atrelada ao processo de segregação urbana da cidade.

Claudia é assistente social do Centro Social Marista Ir. Justino, especialista em gestão de projetos sociais, mestra pelo do Programa de Mudança Social e Participação Política da EACH-USP e doutoranda pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Faz parte da rede  Quilombação de ativistas antirracistas.

Igo Ribeiro: Necropolítica e Juventude Negra no Brasil

A juventude negra brasileira há muito vem sendo alvo de intervenções do Estado em diferentes momentos históricos e contextos sociais. O desenvolvimento de práticas e discursos no campo político-jurídico nos convoca a refletir sobre os efeitos concretos e simbólicos na vida de jovens negros. Tratam-se de velhas práticas de controle e regulação dos corpos ou de novas tecnologias alicercadas em uma necropolítica?

Igo Ribeiro é psicólogo e Mestre em Psicologia e Sociedade pela UNESP. Co-fundador do Projeto Ressignificando Vivências Raciais – REVIRA/UnB. Integrante da Articulação Nacional de Psicólogas(os) Negras(os) e Pequisadoras(es), ANPSINEP.  Desenvolve pesquisas  nas áreas de Sistema de Justiça Juvenil, Juventude Negra e Relações étnico-raciais.

Natália Neres: Movimento Negro na Constituinte

Apresentação dos resultados da obra “A voz e a palavra do Movimento Negro na Constituinte de 1988” que aborda a tematização do racismo e das questões raciais no momento que inaugura as possibilidades de interlocução entre sociedade civil e instituições formais do Estado Brasileiro: a Assembleia Nacional Constituinte (ANC) de 1987-1988. Através do estudo da atuação do movimento social na ANC e do balanço das inclusões e exclusões de dispositivos na Carta Constitucional são apontados os desafios do tratamento da temática pelo Estado brasileiro, tarefa relevante passados exatos 30 anos da promulgação da Constituição brasileira, 40 anos de fundação do Movimento Negro Unificado e 130 da abolição da escravatura no Brasil.

Natália é doutoranda em Direitos Humanos na USP, Mestra em Direito pela FGV, Bacharela em Gestão de Políticas Públicas pela USP. Pesquisadora do Núcleo de Direito e Democracia do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (NDD/CEBRAP) e do Grupo de Estudos e Pesquisas das Políticas Públicas para a Inclusão Social da USP (GEPPIS/USP). Atualmente é coordenadora da área Desigualdades e Identidades do InternetLab – Pesquisa em Direito e Tecnologia. É também colaboradora da página Preta e Acadêmica.

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