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Sob a luz da fogueira: espíritos e lendas indígenas ganham voz no Halloween do Museu das Culturas Indígenas

O encontro é um convite para uma noite em que o medo se transforma em sabedoria e o sobrenatural revela o poder ancestral dos povos indígenas

28/10/2025
Foto ilustrativa

A primeira edição contou com a participação dos mestres de saberes, Sonia Ara Mirim e Natalício Karaí. Foto: Leandro Karaí Mirim/Acervo MCI

O mês do Halloween é tradicionalmente marcado por histórias de fantasmas, duendes e bruxas vindas de culturas estrangeiras. Mas no Brasil, o sobrenatural também tem raízes profundas e ancestrais. Para celebrar essa dimensão do medo e do mistério a partir da perspectiva dos povos originários, o Museu das Culturas Indígenas (MCI) realiza em 30 de outubro (quarta-feira), às 19h, a segunda edição da contação de histórias assustadoras Indígenas. O MCI é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari), em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Indígena Aty Mirim.


O evento propõe um encontro em torno da fogueira, no térreo do MCI, com a participação de Maria Lídia e José Pankararu, que conduzirão o público por narrativas repletas de seres fantásticos, visões e mistérios. Diferente do Halloween anglo-saxão, em que as histórias nascem apenas da fantasia, essas narrativas originam-se da convivência e do respeito com o mundo espiritual e natural. São entidades ligadas à proteção das matas e florestas, representações de forças que regem o equilíbrio entre os seres humanos e o ambiente.


Essas narrativas, transmitidas oralmente por gerações, são expressões de uma cosmovisão em que o mundo espiritual está profundamente conectado à natureza e ao cotidiano. A contação de histórias é também um convite a repensar a palavra “lenda”. Na visão de muitos povos indígenas, os seres sobrenaturais são presenças reais que habitam o território e orientam o modo de viver em harmonia com a Terra. Assim, o medo e o encantamento se unem em histórias que preservam e compartilham saberes, memórias e modos de existência.


Seres míticos das culturas indígenas


Entre os relatos que costumam despertar medo e fascínio estão figuras como o Curupira, guardião das matas com os pés virados para trás, que confunde caçadores e pune quem desrespeita os animais; e o Anhangá, espírito protetor das florestas capaz de assumir diversas formas, como a de um boi de olhos flamejantes, para castigar os invasores do território.


Do Norte do país vem a história da Matinta Perera, mulher misteriosa que sobrevoa os vilarejos à noite, quando pede tabaco em troca de sossego — quem nega, ouve seus assobios até o amanhecer. Já entre os povos amazônicos, fala-se do Mapinguari, criatura gigante e peluda, com um só olho e uma boca no peito, guardião das florestas que aparece para afastar os intrusos.


Povo Pankararu


Originário da Caatinga, único bioma exclusivamente brasileiro, o povo Pankararu habita uma das regiões mais antigas do país, próxima ao rio São Francisco, em Pernambuco. Sua história é marcada por resistência desde o século XVI, frente às invasões coloniais. A Terra Indígena Pankararu foi homologada em 1987, e hoje o povo mantém presença em três núcleos principais — em Brejo dos Padres (PE), em Araçuaí (MG) e na cidade de São Paulo —, simbolizando a diversidade e a força dos povos indígenas contemporâneos.


SERVIÇO
Contação de Histórias MCI: Histórias Assustadoras Indígenas – 2ª Edição
Data: 30/10/2025, às 19h
Todas as atividades são gratuitas com retirada de ingresso no site: https://museudasculturasindigenas.org.br/

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