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Pesquisa aponta impactos da pandemia no setor cultural e de economia criativa

Estudo nacional realizado pela FGV, em parceria com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa e o Sebrae, revela queda de 31,8% do PIB do segmento em 2020

Os setores cultural e de economia criativa estão entre mais prejudicados pela pandemia da Covid-19. Com a necessidade de isolamento social, atividades em museus, casas de espetáculos, teatros, cinemas, startups e outros segmentos foram suspensas, o que impactou diretamente projetos em andamento, a manutenção de postos de trabalhos e a garantia da renda para profissionais que atuam em todo o país.

No Brasil, o setor de economia criativa corresponde a 2,64% do Produto Interno Bruto (PIB) e é responsável por 4,9 milhões de postos de trabalho. Em São Paulo, essa participação é de 3,9% do PIB do Estado e 1,5 milhão de empregos.

Para compreender os efeitos da paralisação e orientar as ações para mitigá-los, a Secretaria de Cultura e Economia Criativa (SEC), em parceria com o Sebrae e a FGV, elaborou o estudo: “Pesquisa de Conjuntura do Setor de Economia Criativa – Efeitos da Crise da Covid-19”. Realizado entre os meses de maio e junho, o trabalho conta com 546 entrevistados de todas as regiões do país e abrange os seguintes setores: Consumo (publicidade e marketing, arquitetura, design e moda); Cultura (expressões culturais, patrimônio e artes, música, artes cênicas); Mídias (editorial e visual); Tecnologia (P&D, biotecnologia e desenvolvimento softwares, robótica e sistemas).

“Precisamos saber exatamente a dimensão do impacto da pandemia no setor cultural e de economia criativa para viabilizar medidas eficientes no sentido de mitigar seus efeitos negativos e assim estimular a recuperação do segmento”, diz Sérgio Sá Leitão, secretário de Cultura e Economia Criativa de São Paulo.

Do conjunto de informações disponível na sondagem, os destaques são: 88,6% afirmaram ter registrado queda de faturamento; 63,4% contaram que não é possível realizar atividades enquanto perdurarem as medidas que vetam o contato físico; 50% tiveram projetos suspensos e 42%, cancelados. Com relação à captação de recursos, 38% informaram ter perdido patrocínios obtidos antes do início da crise.

Para a maioria dos pesquisados, serão mais 5 meses até a reabertura total da economia. No caso da manutenção dos postos de trabalho, 19,3% informaram que realizaram demissões. O setor que mais fechou postos de trabalho foi o de publicidade e mídia impressa. Sobre a situação financeira, 40,8% indicaram que possuem dívidas/ dívidas/empréstimos em aberto. Além disso, 20% estão com os compromissos em atraso. A busca por crédito também foi mapeada. Do universo de pesquisados, 35,1% responderam que já buscaram empréstimos, mas apenas 4,6% conseguiram.

Quando perguntados sobre quais ações avaliam como as mais relevantes para socorrer o segmento criativo, os empresários responderam: 1) abertura de editais para o setor cultural e criativo com recursos do Fundo Nacional de Cultura e da participação da Cultura nas loterias federais; 2) ampliação do fomento à cultura por parte das empresas estatais; 3) renegociação dos prazos de pagamentos de empréstimos e créditos concedidos. “O setor de Economia Criativa, mesmo possuindo atividades com comportamentos diferentes durante a crise, pode alavancar uma retomada por causa de sua velocidade de resposta e emprego intensivo de mão de obra”, diz o gerente executivo da FGV Projetos, Luiz Gustavo Barbosa.

Entre os meses de março e junho, a SEC apresentou uma série de medidas de enfrentamento às consequências geradas pela pandemia do coronavírus no setor cultural e criativo. Entre as ações estão linhas de crédito e microcrédito com condições facilitadas para empreendedores, lançamento do ProAC ICMS, programa de fomento indireto a projetos culturais e a criação da plataforma de acesso a conteúdo cultural gratuito #CulturaEmCasa.

Por meio da Desenvolve SP, foi criada linha de crédito para capital de giro de empresas para operações de até R$ 5 milhões; e pelo Banco do Povo, linha de microcréditos para empreendedores e profissionais para operações de até R$ 20 mil.

Em 2020, o PIB do setor criativo será de R$ 129,9 bilhões, uma redução de 31,8% em relação a 2019. Para o próximo ano, a previsão é de um fechamento em 181,9 bilhões. No biênio 2020-2021, a Economia Criativa registrará uma perda R$ 69,2 bilhões.

Pesquisa FGV- Efeitos da crise da Covid-19

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