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Oficina Cultural Alfredo Volpi aborda construção social e de gênero

A Oficina Cultural Alfredo Volpi recebe de abril a junho a intervenção artística Ocupação Descaracterizar-se. De autoria da artista Beatriz Cruz, a ideia é expor as impressões que captou usando, durante um ano, apenas roupas de outras pessoas.

“Estamos cada vez mais centrados na autoimagem e precisamos seguir determinados padrões para sermos aceitos na sociedade. Experimentar o processo de trocar de roupa, como se fosse uma identidade, é se ver sob outro aspecto e questionar gênero e construção social”, explica Beatriz Cruz.

A Ocupação vai ser dividida em quatro momentos, que serão experienciados sempre às terças e quartas-feiras. São eles: desmaterializar, destacar, desenhar e desmontar. A primeira parte do projeto vai de 10 a 18 de abril, quando será a montagem e disposição dos materiais de registro que Beatriz acumulou durante 365 dias. O segundo bloco, que vai de 24 de abril a 9 de maio, tem o intuito de conectar o público com esses materiais – textos, fotos, áudios, roupas –, para ajudar a artista na escolha dos itens que prevalecerão na última etapa do projeto. “Desenhar”, que vai de 15 a 30 de maio, será a fase que Beatriz irá avaliar tudo aquilo que foi selecionado pelos participantes e esboçar a exposição. No último período da Ocupação, de 12 a 27 de junho, a exposição finalmente será montada, com as impressões definitivas e materiais permanentes que o público e a artista escolheram.

A proposta da Ocupação surgiu a partir da experiência do projeto Descaracterizar-se para Desandar, que aconteceu em 2016. Beatriz vestiu as roupas de cada pessoa que participou da performance durante sete dias – não usando nada seu – até completarem 365 dias. Durante o projeto ela recolheu diariamente seus materiais, e também dos participantes, e registrou tudo o que conseguiu no perfil do instagram da performance. “Minha ideia inicial foi investigar a construção de gênero e entender o que significam as roupas e a aparência de cada um. É um trabalho que fala muito sobre construção e desconstrução da identidade e de alteridade. Quando você é uma mulher usando roupas masculinas, como as pessoas te olham? Percebi que ter que seguir uma performatividade que não é a sua é penoso demais”, conta a artista.

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