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Músicos paulistas brilham no exterior e exaltam projeto social

A música não é feita apenas para nos relaxar, dançar e inspirar. Para muita gente, a arte das melodias e canções é sinônimo de oportunidade. Jovens talentosos de nosso país veem a música como a mais apaixonantes das carreiras, uma arte sinônimo de sustento e futuro. O Projeto Guri, maior programa sociocultural do Brasil, mantido pela Secretaria de Cultura do Estado, aponta que 36% de seus ex-alunos estudam para ser músicos profissionais ou já estão no setor.

Um dos exemplos disso vem de Memphis, nos Estados Unidos, mas poderia muito bem ser de Bauru, interior de São Paulo, cidade de origem de Marcos Santos. Aos 29 anos, o ex-integrante do Projeto Guri hoje trabalha como violinista da Iris Orchestras e Memphis Symphony Orchestra, na cidade norte-americana.

O bauruense conta que quando começou a atuar como educador no Projeto Guri, aos 18 anos, não imaginava que a música poderia levá-lo ao exterior. “Posso dizer que sou extremamente feliz na minha carreira.  Viajei e ainda viajo, conheci e conheço pessoas e lugares incríveis. Não há preço que pague essa realização profissional: ser reconhecido pelo que faço.”

Ele ressalta o apoio da família na em toda a carreira, incluindo os vários concursos que enfrentou para ganhar bolsas de estudos. Durante a vitoriosa trajetória, já fez grandes apresentações, como “Concerto para dois Violinos em Ré Menor”, de Bach com a IRIS Orchestra e Joshua Bell.

Embora seja um orgulho ver um paulista brilhar nos Estados Unidos, no Brasil, as possibilidades de emprego formal na área são limitadas. Contudo, de acordo com o Sindicato dos Músicos, dentre os filiados do Estado de São Paulo apenas 650 têm carteira assinada. O Projeto Guri é um dos principais participantes neste cenário, no papel de grande empregador que é. Seus quadros atuais possuem 870 educadores musicais registrados conforme a CLT, trabalhando nos mais de 380 polos de ensino.

Aos 13 anos, Guilherme Pelaes começou a frequentar aulas no Polo Guapiaçu do Projeto Guri. Depois de alguns anos de aprendizado, ele se tornou bacharel em contrabaixo pela Unesp, e também ultrapassou as fronteiras do Brasil ao conquistar o Diplôme National Supérieur de Musicien Professionnel e o Diplôme d’Etat de professor de música, ambos na França.

Hoje aos 29 anos, 16 depois de ingressar no Projeto Guri, ele é músico e professor no Conservatório de Saint-Omer, no Projet Démos de la Métropole Lilloise e no projet Orchestre à l’école à Noeux-les-Mines, no país europeu, e relembra que, como seus pais não tinham condições financeiras para ajudá-lo, conciliou o trabalho como bolsista na Banda Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo (EMESP) com uma vaga de garçom.

“Acredito que o ponto alto de um profissional é quando se sente reconhecido pela sua capacidade. Se for porque conseguiu ganhar um concurso e fazer parte de uma orquestra, ótimo. Mas pode ser também porque dá aulas, cria, compõe”, afirma o contrabaixista.

“Há uma frase do filósofo Confúcio que diz: ‘Escolha um trabalho que você ama e você nunca terá que trabalhar um dia sequer na vida’. Considero que o mais importante é a pessoa ser feliz no que escolher.”
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Guilherme Pelaes

Além da França, o ex-aluno do Guri já se apresentou em Portugal e Bélgica e já dividiu o palco com artistas consagrados como o maestro Jean Claude Casadesus, além dos pianistas Jean Michel Dayez e Thomas Enhco.

Os paulistas Marcos e Guilherme destacam que, além de perseverança e foco para seguir na carreira, a realização de projetos é essencial para continuidade em um talento. Interessados em seguir carreira musical no Projeto Guri podem consultar as oportunidades abertas em https://www.projetoguri.org.br/trabalhe-conosco/.

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