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Governo do Estado de SP abre o Museu das Favelas no Palácio dos Campos Elíseos

Sediado no Palácio Campos Elíseos, edifício  tombado pelo Condephaat, museu abre com mostra “Favela- raiz’, construída de maneira coletiva por artistas como Lidia Lisbôa e o Coletivo XiloCeasa;

A Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo anunciou nesta sexta-feira (25) a abertura do Museu das Favelas ao público. O espaço está localizado no Palácio dos Campos Elíseos, tombado no ano de 1977 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT). A instituição recebeu investimento de R$ 12 milhões do Governo do Estado.

O espaço é dedicado a preservar a história e a cultura das favelas e periferias do estado e dar visibilidade à sua produção artística e criativa. Contará com programação cultural e educativa, exposições, Centro de Referência, Biblioteca e Centro de Empreendedorismo e espaço de convivência.  O Museu das Favelas tem apoio da CUFA – Central Única das Favelas e a gestão é realizada pela organização social de cultura IDG – Instituto de Desenvolvimento e Gestão.

Nesta primeira fase a instituição museológica abre com a mostra “Favela-Raiz”, uma ocupação-manifesto que representa o primeiro movimento de transformação do Palácio dos Campos Elíseos, reverenciando a memória e as heranças da história, composta por cinco partes, sendo três internas e duas externas. Para 2023 o visitante poderá conhecer e participar de atividades no jardim, e nas salas do piso térreo e inferior,  enquanto os pavimentos superiores são preparados para receber a futura exposição de longa duração e outras instalações..

Memórias

A mostra ‘Favela-raiz” inicia no hall de entrada com esculturas tecidas em crochê, criadas pela artista Lidia Lisbôa com a colaboração de 7 mulheres do Coletivo Tem Sentimento e da Cooperativa Sin Fronteras, grupos de mulheres da vizinhança do Museu.

A sala expositiva lateral traz uma instalação audiovisual sensorial, cuja curadoria selecionou imagens de 20 fotógrafos e produtores de conteúdos de diferentes periferias do Brasil. A instalação, chamada de “Visão Periférica” revela aos visitantes a multiplicidade das experiências nas favelas, despertando memórias afetivas por meio do cruzamento de linguagens. No final do percurso interno da exposição, haverá uma instalação sonora no salão de espelhos do palácio, exaltando os diferentes modos de se pensar a beleza.

No ambiente externo, haverá uma instalação que sintetiza a história do Palácio dos Campos Elíseos, produzido com artes em serigrafia pelo Coletivo XiloCeasa. Nos jardins, Paulo Nazareth – conhecido por suas andanças ao redor do mundo e seu trabalho que questiona os limites da performance como linguagem artística – traz uma das instalações de seu projeto “Corte Seco”, em homenagem à Maria Beatriz Nascimento: uma escultura de alumínio, de 06 metros de altura, retratando essa que é uma mulher negra, historiadora, poeta, intelectual e ativista.

O Museu das Favelas receberá, ainda, a exposição “Identidade Preta: 20 anos de Festival Feira Preta”, em comemoração ao maior evento de cultura negra da América Latina. Além disso, traz ao público no final de semana da abertura, o SPerifas, versão reduzida da feira que está circulando em várias regiões da cidade.

Palácio dos Campos Elíseos

O Palácio dos Campos Elíseos (antigo “Palacete Elias Chaves”), situado na Avenida Rio Branco, zona central de São Paulo, foi projetado pelo arquiteto alemão Matheus Häusler, iniciado em 1890 e finalizado em 1899 para ser a residência do cafeicultor e político Elias Antônio Pacheco e Chaves. O imóvel, dividido em quatro pisos e com cerca de 4000 m², foi inspirado no Castelo de Écouen, na França. Sua construção utilizou inovações tecnológicas trazidas da Europa e a maioria dos materiais que o compõem foram importados: espelhos de Veneza, maçanetas de porcelana de Sévres, terracotas da Itália, fechaduras e dobradiças dos Estados Unidos.

O palacete foi denominado “Palácio dos Campos Elísios” em 1915, quando as grades que circundam o prédio deram lugar a muros altos, que escondem o prédio dos pedestres. O palácio foi tombado no ano de 1977 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT).

SERVIÇO

Museu das Favelas

Local: Palácio dos Campos Elíseos

Endereço: Entrada pela Rua Guaianases, 1024 – São Paulo

Funcionamento: de terça a domingo, das 9h às 18h (a entrada é realizada até às 17h)

Entrada GRATUITA | ingressos poderão ser retirados de forma antecipada no site e, também, de maneira presencial no dia da abertura

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