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Comunidade indígena participa do 10EPM

Além de assistir às palestras, representantes de diversas etnias apresentaram seus trabalhos artesanais na área de expositores e participaram de oficina no Sesc

Representantes indígenas das etnias Kaingang, Terena e Guarani participaram pela primeira vez do Encontro Paulista de Museus, que está em sua décima edição. O evento aconteceu de 18 a 20 de julho no Memorial da América Latina, em São Paulo.

Susilene Elias de Melo, da etnia Kaingang, mora na Aldeia Índia Vanuíre, em Arco Íris (SP), e gostou muito da oportunidade de participar do encontro. “Temos um museu em Tupã, que fica próximo à aldeia e ajuda a desmistificar a ideia de que os índios foram exterminados ou então que não têm cultura. Lá guardamos nossas memórias, que agora estão sendo expostas”, afirma.

Já David Henrique da Silva Pereira, da etnia Terena, morador da aldeia Ekeruá, em Avaí (SP), diz ter ficado admirado com o tamanho do evento e com a valorização crescente do setor museológico. “Sou professor formado em Pedagogia indígena pela USP e dou aulas na aldeia, onde estamos trabalhando para montar um museu próprio. Participar deste evento está sendo uma excelente experiência. Na cultura indígena, a nossa biblioteca é a memória, portanto um artefato antigo é sagrado. Hoje estou vendo muita gente preocupada em guardar a memória e a história da nação”, explica.

Claudinei de Lima, da etnia Guarani-nhandewa, morador na aldeia Nimuendaju, também em Avaí (SP), igualmente vê o evento como uma grande oportunidade de divulgar a cultura indígena. “Temos um museu em São Paulo dedicado à cultura indígena e algumas peças em outros museus do Estado, mas aqui neste encontro, em um só local, podemos apresentar para um público qualificado e diversificado”, argumenta.

Para Luiz Fernando Mizukami, responsável pela programação do 10EPM, contar com a presença de etnias indígenas reforça ainda mais a pluralidade do evento. “Como o próprio nome explicita, o Encontro Paulista de Museus é um espaço de reunião e compartilhamento de práticas e ideias. Para que haja essa troca, é necessário o encontro de diferentes representações – o que é fortalecido com a participação das etnias.”

No último dia do evento (20 de julho), os representantes da comunidade indígena participaram da oficina “Museus em Transformação – participações e narrativas”, no Centro de Pesquisa e formação do Sesc-SP, onde puderam falar sobre sua cultura e suas vivências nos museus.

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