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Ciclo de Cultura Tradicional reúne diferentes gerações no 14º Festival de Cultura Popular – Caiçarada em Ubatuba

Realizado pelo programa Oficinas Culturais, o Ciclo traz especialistas para refletir e debater, com a comunidade e agentes culturais da região, a cultura caiçara no contexto contemporâneo

Conexões, novas perspectivas e análises críticas sobre as culturas tradicionais compõem o Ciclo de Cultura Tradicional, ação de Oficinas Culturais, programa gerenciado pela Poiesis e da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo. O evento gratuito, que nesta edição se une ao 14º Festival de Cultura Popular – Caiçarada, será no dia 7 de setembro, sábado, a partir das 15h.

Como era, o hoje e o que virá – pesquisadores, agentes culturais e mestres vão debater sobre a Cultura Caiçara com o público, o qual terá abertura para participar com questões e experiências nessa área. As atividades ocupam a Praça de Eventos, nos espaços da Tenda e Casa Caiçara, localizada na avenida Iperoig, 582, centro de Ubatuba.

Para participar, não é necessária inscrição. Basta chegar nos horários para trocar e ampliar a visão sobre as culturas tradicionais e como elas são praticadas no hoje. Entre os destaques estão o Seu Alcides do Quilombo do Cambury, a Guarani Mbyá Luiza Kerexu Mirim da Aldeia Boa Vista, o grupo cultural CANTAMAR, a bióloga Simoni Lara e o coletivo musical Fandango Caiçara.

Além das apresentações artísticas, as mesas de conversas sobre o papel das comunidades tradicionais na preservação do meio ambiente, nas diversas formações identitárias, na resistência, nos modos de viver, criar e difundir a cultura caiçara formam um espaço para escuta e reflexão.

Confira a programação completa do Ciclo de Cultura Tradicional – Cultura Caiçara:

 

15h – 15h40 | Espetáculo: CANTAMAR

Tenda

Um espetáculo que trata da relação do homem caiçara com o universo onde vive, por meio de instrumentos de cordas, percussões e repertório autoral será apresentado pelo CANTAMAR, grupo cultural que atua desde 2012 e conta com sete integrantes.

15h40 – 16h e 19h – 19h10 | Contação de Histórias: Fuxico lés tréis

Casa Caiçara

A caiçara e contadora de histórias Claudia Oliveira mostra a personagem Craudia com L. Esta, chegada a bons fuxicos lés tréis (rápidos), realiza uma viagem atemporal com um povo que vive à beira do mar. A oralidade misturada com registros documentais movimenta a narrativa da apresentação.

16h – 17h30 | Conversa: Comunidades tradicionais e meio ambiente

Casa Caiçara

Com Seu Alcides do Cambury, Denise Luiz, Edson Leopoldo dos Santos, Luiza Kerexu Mirim e Julinho Mendes

Mediação: Davi Paiva

Vozes caiçaras, indígenas e quilombolas conversam sobre o meio ambiente como parte da constituição social e cultural de povos tradicionais, passando pela relação entre comunidades e recursos naturais, e por questões como paisagem cultural e conservação ambiental.

17h30 às 19h | Conversa

Caiçara: raízes e composições

Casa Caiçara

Com Aorelio Domingues, Luciano dos Santos de Oliveira, Mario Gato, Ostinho Caiçara, Robson Fernandes e Simoni Lara

Mediação: Davi Paiva

Traços étnicos, embarcações, pesca, danças, músicas, religiosidade e linguajar compõem um espaço para a troca de experiências sobre os modos de viver, criar, fazer, preservar e difundir a cultura caiçara. A reflexão será feita acerca do território, identidade, contemporaneidade e resistência das comunidades tradicionais.

19h10 às 20h10 | Apresentação: Fandango Caiçara

Tenda

O Fandango Caiçara, coletivo de tocadores de diversas regiões de Ubatuba, é formado por jovens integrantes e antigos mestres, com coordenação de Mario Gato. Acompanhado de rabeca, macheto, violas, pandeiro e caixa, o grupo apresenta algumas modas do Fandango, entre elas, Xiba conhecida também como “cachorro do mato” ou “bate pé”, recortado, cana verde, ciranda, canoa, marrafa, tontinha e caranguejo.

 

Sobre os participantes:

Alcides Alves Jorge – conhecido como Seu Alcides, tem 54 anos e é da quarta geração do Quilombo do Cambury. Artesão e agrofloresteiro, trabalha com cestaria, sua principal fonte de renda.

Aorelio Domingues – músico e luthier, também é diretor artístico da Associação de Cultura Popular Mandicuera, além de fundador e idealizador da Orquestra Rabecônica do Brasil. Por meio do Ministério da Cultura, foi premiado por suas atividades no Fandango, Boi-de-Mamão, terço cantado e na Folia do Divino Espírito Santo.

Davi Paiva – conhecido como Detrinda, nasceu na comunidade tradicional caiçara de Trindade, em Paraty/RJ. Jornalista, ambientalista e líder comunitário, é membro da Associação de Moradores de Trindade, entidade pioneira na defesa dos direitos da população caiçara, fundada em 1989.

Denise Luiz – bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade de Taubaté. Com o grupo Ubacunhã, desenvolveu pesquisas em expressões populares caiçaras, como danças do Xiba, congada e ciranda. Atualmente, trabalha com Bado Todão e é integrante ativa da Comunidade Reinante Voga dos Mares de Iperoig, na função de Madrinha Cantante.

Edson Leopoldo dos Santos – pescador e presidente da AARCCA – Associação dos Amigos e Remadores da Canoa Caiçara. É filho de tradicional família caiçara, nascido na praia da Almada, em Ubatuba. Promove um trabalho voluntário de integração entre comunidades, atuando na preservação do meio ambiente e na permanência do caiçara e dos povos tradicionais em seus territórios originais.

Julinho Mendes – caiçara nato, professor, agrimensor, pintor primitivista e contador de causos. Como cantor e compositor, lançou os álbuns “Caiçarando”, “Boi de Conchas”, “Folia de Reis” e “Cantamar”. Escreveu o livro Escrafunchando o lagamá.

Luciano dos Santos de Oliveira – natural de Ubatuba e criado por seu avô, o saudoso Mestre Orlando, vivenciou e acompanhou as tradições como Xiba, Folia de Reis, Folia do Divino, Fandango e Ciranda desde os seis anos de idade. Em 2018, fundou o grupo Xiba e Fandango Mestre Orlando, do qual é mestre.

Luiza Kerexu Mirim – da etnia Guarani Mbyá, é uma das representantes da Aldeia Boa Vista (Tekoá Jaexaá Porã). É presidente da Associação Tembiguay e integra o coral Nhamandu Nhemopuã.

Mario Gato – historiador, folclorista, luthier e músico, cresceu em contato com a religiosidade, os festejos, a musicalidade, a culinária e toda a identidade cultural caiçara. Além de representar Ubatuba no Fórum de Comunidades Tradicionais, é presidente do Museu Caiçara, representante dos pescadores da região norte de Ubatuba na APA Marinha Litoral Norte e membro da AARCCA – Associação de Amigos e Remadores da Canoa Caiçara.

Ostinho Caiçara – músico, cantor e compositor, natural de Ubatuba. Além de membro do Grupo de Fandango “Ciranda Caiçara”, trabalha com restauro de canoas, entalho, confecção de móveis e instrumentos musicais caiçaras.

Robson Fernandes – conhecido como Robinho, o músico tradicional caiçara é neto de Dito Fernandes, grande mestre violeiro de Ubatuba. Integra os grupos Fandango Bacurau, Folia de Reis São Geraldo e Congada de Bastões de São Benedito do Puruba. Com a morte de seu avô, herdou a viola e leva a tradição da família adiante.

Simoni Lara – caiçara da praia de Toque-Toque Pequeno, Costa Sul de São Sebastião. Bióloga, há oito anos reside na Comunidade Tradicional do Bonete, em Ilhabela. Na escola da comunidade, trabalha a identidade cultural dos caiçaras do Bonete e seu processo histórico.

 

SERVIÇO:

Ciclo de Cultura Tradicional – Cultura Caiçara

7/9, sábado, 15h às 20h30

Local: Praça de Eventos

Avenida Iperoig, 582, Centro de Ubatuba – SP

Livre e grátis

SOBRE AS OFICINAS CULTURAIS

Oficinas Culturais é um programa da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, que atua, desde 1986, na formação e na vivência da população no campo de cultura, em diversas áreas como: artes plásticas, música, dança, fotografia, moda, performance, processos gráficos e teatro. O Programa é administrado pela organização social Poiesis- Organização Social de Cultura.

Hoje, além de três unidades localizadas na capital, Oficinas Culturais dialoga com o interior por meio de dois festivais (MIA – Festival de Música Instrumental e o FLI – Festival Literário de Iguape), ciclos de estudos sobre gestão cultural e cultura tradicional, qualificação artística de 60 grupos, entre teatro e dança, e ações dedicadas à pesquisa e à experimentação nas diversas linguagens artísticas, a partir da relação direta com 360 municípios, em mais de 600 atividades de formação. Conheça melhor o programa e suas atividades em www.oficinasculturais.org.br

 

SOBRE A POIESIS

A Poiesis – é uma Organização Social de Cultura que desenvolve e gere programas e projetos, além de pesquisas e espaços culturais, museológicos e educacionais, voltados para a formação complementar de estudantes e do público em geral. A instituição trabalha com o propósito de propiciar espaços de acesso democrático ao conhecimento, de estímulo à criação artística e intelectual e de difusão da língua e da literatura.

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