HomeAssessoria ReleasesCasa das Rosas realiza simpósio para celebrar 90 anos do nascimento de Haroldo de Campos

Casa das Rosas realiza simpósio para celebrar 90 anos do nascimento de Haroldo de Campos

Para analisar a diversidade da obra do poeta e tradutor, o museu-casa convida diversos especialistas na produção de Haroldo

A Casa das Rosas, integrante da Rede de Museus-Casas Literários da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, gerenciada pela Poiesis, realiza uma programação especial para celebrar os 90 anos do nascimento do poeta concretista e tradutor Haroldo de Campos (*19-08-1929| + 16-08-2003).

O principal evento desta programação é o Simpósio Haroldo de Campos 2019: Cosmopoética de Haroldo de Campos, no qual a Casa das Rosasrecebe pesquisadores e estudiosos da obra do poeta, tradutor e crítico no dia 24 de agosto, sábado, das 10h30 às 19h.

Com direção de Júlio Mendonça, coordenador do Centro de Referência Haroldo de Campos (dedicado à difusão da obra do poeta, ensaísta e tradutor), o Simpósio tem a finalidade de mostrar a cosmopoética de Haroldo, ou seja, a pluralidade do escritor em diversos meios e tempos. No evento será analisada como sua escrita inovou nos modos de dizer, além de considerar o ato de traduzir como oportunidade para mesclar linguagens locais com as universais.

Entre os convidados do Simpósio que apresentarão pesquisas recentes sobre as nuances e as inovações em criação, tradução e crítica de Haroldo, estão o poeta e professor Horácio Costa; a escritora e tradutora literária Simone Homem de Mello; o performer e professor adjunto da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Lucio Agra; Trajano Vieira, organizador da tradução de Haroldo de Campos da Ilíada de Homero (2002) e ganhador do Prêmio Jabuti em 2008 e 2012; e Márcio Seligmann-Silva, professor titular de Teoria Literária na Unicamp.

Há 70 vagas. Para participar, é necessário se inscrever por este link – https://bit.ly/2OWpXU2 – até o dia 23/8.

A seguir, a programação completa do Simpósio Haroldo de Campos 2019: Cosmopoética de Haroldo de Campos:

Abertura

Poemas “longos” de Haroldo de Campos: extensão e concisão – 10h30

A palestra se concentrará em três poemas haroldianos: “Opúsculo goethiano”, I e II (de A educação dos cinco sentidos, 1985), “Réquiem” (de Entremilênios, póstumo, 2009), e A máquina do mundo repensada (2000).O poeta e professor universitário Horácio Costadestacará o encontro de Haroldo com uma dicção na qual “extensão” e “concisão” não são termos necessariamente contraditórios. Horácio Costaé poeta, tradutor e professor-doutor na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH-USP), além de PhD em Filosofia na Yale University.

Palestras

Haroldoe o pensamento construtivo alemão – 14h
Mediação do escritor e gestor cultural Reynaldo Damazio.

A relação entre o Grupo Noigandres e a Escola de Stuttgart no processo de internacionalização da Poesia Concreta

Com o intenso intercâmbio entre Haroldo e o casal Max Bense e Elisabeth Walther-Bense no início dos anos 1960, a literatura dos representantes das vanguardas alemã e brasileira começou a ser traduzida e publicada nos dois países. A trajetóriadessas vanguardas e a respectiva propagação internacional serão abordadasem apresentação de Simone Homem de Mello, escritora e tradutora literária dedicada à poesia moderna e contemporânea alemã.

Haroldo de Campos, amigo de Bill e Bense: uma gentil dissidência dos “prazeres precisos”

Lucio Agra, performer, poeta e professoradjunto da UFRB, tratará da reverberação da escola Bauhaus na cultura brasileira, principalmente no que diz respeito à poesia concreta e ao Tropicalismo (anos 1950 e 1960). A publicação do livro A arte no horizonte do provável (1969), de Haroldo, também servirá de base para uma análise sobre o cenário de dilemas, contradições e avanços artísticos da época.

Sobre a poesia de Haroldo de Campos – 16h
Mediação do coordenador do Centro de Referência Haroldo de Campos, doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP e especialista em Gestão Pública pela UFABC, Júlio Mendonça.

A máquina do mundo repensada: a desordem entrópica da poesia

O tema será o rumo científico presente em A máquina do mundo repensada, cristalizada nas figuras de Ptolomeu, Newton e Einstein, e como se apresenta ao longo da “cosmoepopeia” de Haroldo de Campos. A construção dessa narrativa fará parte da apresentação de Raquel Campos, doutora em Literatura pela Universidade de Brasília (UnB) e autora da tese “Entre vivas e vaias: a visualidade concreta de Augusto de Campos”.

Sinestesias e modernidade. Analogias e correspondências na Educação dos cinco sentidos

O poeta e tradutor literário Luiz Carlos de Brito Resende mostrará o comprometimento de Haroldo por uma linguagem pura pela metaforização e a reivindicação de um humanismo revolucionário por meio do fazer poético. Uma análise, desde os “poemas programáticos” da Educação dos Cinco Sentidos até os poemas “militantes” dos anos 1990, será apresentada pelo poeta e tradutor literário Luiz Carlos de Brito Resende.

Paródias do céu: poesia, crítica e tradução de Haroldo de Campos
Por meio do céu (Signatiaquasicoelum), das estrelas (Xadrez de estrelas), do arco-íris (O arco-íris branco), das Galáxias, de livros bíblicos (Bere’shith, Qohélet, Éden) ou de A máquina do mundo repensada, Haroldo elaborou uma espécie de paródia infinita com essas obras. E, ainda, resgatou nas formas literárias e na própria história uma “emoção estética” vinculada tanto com o ensaísta Walter Benjamin quanto com o poeta Stéphane Mallarmé. Essa palestra será feita por Eduardo Jorge, professor assistente de Literatura Brasileira da Universidade de Zurique – UZH, onde é pesquisador do Centro de Estudos Latino-americanos e do Centro de Arte e Teoria da Cultura.

A tradução como cosmovisão – 18h

Mediação do poeta e doutorando em Teoria Literária e Literatura Comparada pela USP, Renan Nuernberger.

Haroldo de Campos, tradutor de Homero

Por acompanhar o Haroldo na tradução de Ilíada, ao longo de dez anos, Trajano Vieira, doutor em Literatura Grega pela USP, irá se referir aos comentários do poeta e tradutor sobre o processo de recriação do poema homérico. Vieira também é professor de Língua e Literatura grega no Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp.

Transcriação e apropriação da historicidade

Com base em artigos de Haroldo de Campos, integrantes do livro Transcriação (2013), Marcelo Tápia apresentará debate sobre a “construção de uma tradição viva” por meio da “usurpação” da historicidade do texto-fonte.Tápia é pós-doutorando em Letras Clássicas pela USP, diretor da Rede de Museus-Casas Literários de São Paulo, foi um dos organizadores do livro Haroldo de Campos – Transcriação e reuniu sua poesia no livro Refusões – poesia 2017-1982, ambas as obras pela editora Perspectiva.

Traduzir diferenças: críticas e paradoxos

Apresentada por Márcio Seligmann-Silva, essa palestra mostrará como a fala costuma apresentar os paradoxos da cultura, a sua relação com a história e teoria da tradução. Partindo da QuerelledesAnciensetdesModernes e do modelo monológico da cultura, ela apresenta, em seguida, o modelo aberto de identidade defendido pela primeira fase do romantismo alemão e por uma tradiçãopoética. O poeta e tradutor Haroldo é apresentado como expoente desse contramodelo crítico e aberto de identidade. Márcio Seligmann-Silvaé professor titular de Teoria Literária na UNICAMP, pesquisador do CNPq e tem títulos como o Prêmio Mário de Andrade de Ensaio Literário da Biblioteca Nacional em 2000 pelo livro Ler o Livro do Mundo. Walter Benjamin: romantismo e crítica poética (1999).

SERVIÇO:

SIMPÓSIO HAROLDO DE CAMPOS 2019: COSMOPOÉTICA DE HAROLDO DE CAMPOS

Sábado, 24/08, 10h30 às 19h

70 vagas. Inscrição online –https://bit.ly/2OWpXU2 – até o dia 23/8.

Abertura

Poemas “longos” de Haroldo de Campos: extensão e concisão – 10h30

 Palestras

Haroldo e o pensamento construtivo alemão – 14h
A relação entre o Grupo Noigandres e a Escola de Stuttgart no processo de internacionalização da Poesia Concreta;

Haroldo de Campos, amigo de Bill e Bense: uma gentil dissidência dos “prazeres precisos”.

 Sobre a poesia de Haroldo de Campos – 16h
A máquina do mundo repensada: a desordem entrópica da poesia;

Sinestesias e modernidade. Analogias e correspondências na Educação dos cinco sentidos;

Paródias do céu: poesia, crítica e tradução de Haroldo de Campos.

A tradução como cosmovisão – 18h

Haroldo de Campos, tradutor de Homero;

Transcriação e apropriação da historicidade;

Traduzir diferenças: críticas e paradoxos.

Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura

Avenida Paulista, 37 – Paraíso – São Paulo (próximo à estação Brigadeiro do metrô)

Telefone: (11) 3285-6986 | 3288-9447

Funcionamento: de terça-feira a sábado, das 10h às 22h, e aos domingos e feriados, das 10h às 18h

Convênio com o estacionamento Parkimetro: Alameda Santos, 74 (exceto domingos e feriados)

www.casadasrosas.org.br

SOBRE A CASA DAS ROSAS

A Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos é um museu dedicado à poesia, à literatura, à cultura e à preservação do acervo bibliográfico do poeta paulistano Haroldo de Campos, um dos criadores do movimento da poesia concreta na década de 1950. Localizada em uma das avenidas mais importantes da cidade de São Paulo, a Avenida Paulista, o espaço realiza intensa programação de atividades gratuitas, como oficinas de criação e crítica literárias, palestras, ciclos de debates, exposições, apresentações literárias e musicais, saraus, lançamentos de livros, performances e apresentações teatrais. O museu está instalado em um imponente casarão, construído em 1935 pelo escritório Ramos de Azevedo, que na época já tinha projetado e executado importantes edifícios na cidade, como a Pinacoteca do Estado, o Teatro Municipal e o Mercado Público de São Paulo.

SOBRE A POIESIS

A Poiesis – Organização Social de Cultura é uma organização social que desenvolve e gere programas e projetos, além de pesquisas e espaços culturais, museológicos e educacionais, voltados para a formação complementar de estudantes e do público em geral. A instituição trabalha com o propósito de propiciar espaços de acesso democrático ao conhecimento, de estímulo à criação artística e intelectual e de difusão da língua e da literatura.

Compartilhe!