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Museu da Diversidade Sexual inaugura exposição presencial que aborda a resistência LGBT+ durante a ditadura

Mostra faz um recorte sobre as relações entre autoritarismo e diversidade sexual e de gênero

O Museu da Diversidade Sexual, (MDS), instituição vinculada à Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e gerido pela Amigxs da Arte, em parceria com o Memorial da Resistência, promove exposição presencial dedicada à preservação de referências das memórias da resistência e da repressão política do Regime Militar, com inauguração marcada para o dia 29 de outubro às 14 horas. A nova exposição Orgulho e Resistências: LGBT na Ditadura, é realizada sob a curadoria de Renan Quinalha e faz um recorte sobre as relações entre autoritarismo e diversidade sexual e de gênero.

“Orgulho e resistência é uma daquelas exposições fundamentais para recuperar a memória da nossa comunidade e das pessoas LGBT+ que lutaram pela nossa democracia e liberdade durante a ditadura, um período marcado pela repressão, mas onde sempre existiu resistência e orgulho”, comenta Franco Reinaudo, diretor do Museu da Diversidade Sexual.

A exposição vai além de demonstrar a narrativa da repressão durante a ditadura e se volta à série de ações de resistência que surgiram, neste período, em defesa da diversidade. O público terá acesso a obras literárias, cartazes de peças de teatro, músicas, filmes, fotografias e materiais que confrontavam a censura na época, além de documentos oficiais da ditadura.

Dentre os destaques, está um desenho inédito da cartunista Laerte Coutinho que representa a pluralidade de gêneros. Mesmo num contexto repressivo, a mostra aborda o movimento LGBT dando os seus primeiros passos. Uma série de fotografias exemplifica como a sociabilidade de homossexuais e travestis era cada vez mais visível e crescente em alguns bares e boates da região central da cidade de São Paulo.

A exposição atesta como, dependendo do poder aquisitivo, a comunidade LGBT se dividia. A Boca do Luxo, nas proximidades dos bairros República e Vila Buarque, era uma área frequentada por quem tinha melhores condições. Separados pela desigualdade de renda, existia a Boca do Lixo, em Santa Ifigênia, que ficou conhecida como a maior região de prostituição da história de São Paulo. “A Boca do Lixo ocupava exatamente a região onde o Memorial está e vamos exemplificar uma série de ações repressivas que aconteciam neste local por meio de imagens de arquivos policiais, das prisões, recortes de matérias de jornais”, explica Renan.

O público poderá perceber como as prisões em massa foram instrumento do Estado para reprimir tipos sociais “indesejáveis”, baseados no ideário da moral e dos bons costumes. E o projeto curatorial reforça como essas prisões se mantiveram frequentes após o golpe de 1964 com a intenção de manter uma espécie de “higienização moral”, sendo comumente batizadas de Operação Boneca, Operação Limpeza, Pente-Fino, Arrastão. Nas décadas de 60 e 70, a resistência também é demonstrada no âmbito cultural, com o surgimento de uma arte considerada transgressora e de contracultura. Para a mostra, uma das referências é o grupo Secos e Molhados, que tinha como vocalista Ney Matogrosso, de aparência andrógina e que, por meio da mídia, chegava a inúmeras casas brasileiras, numa clara referência à pluralidade de gêneros.

Orgulho e Resistências: LGBT na ditadura contextualiza também o surgimento de um movimento LGBT mais organizado a partir de 1978. O visitante terá acesso a imagens de atos de rua e capas de publicações das imprensas alternativas que abordavam o assunto. Por fim, a exposição faz um paralelo ao demonstrar que mesmo com a constituição de um movimento mais organizado no fim da década de 70, muitas das reivindicações históricas do Movimento LGBT foram conquistadas bem recentemente, como a união estável e casamento homoafetivos (2011), mudança de prenome e sexo nos registros de pessoas trans (2018) e criminalização da LGBTfobia (2019).

“A proposta desta exposição de conduzir e mudar o olhar para o passado diz respeito também ao desejo de olhar para o presente, a fim de buscar meios para que uma determinada versão da moral e os bons costumes não volte a ter o mesmo peso que teve há tão pouco tempo entre nós”, afirma Renan. Como parte do projeto de mediação da exposição, a Casa 1 – Casa de Cultura e Acolhimento LGBT foi convidada a desenvolver uma edição virtual do Instituto Temporário de Pesquisa sobre Censura. Em uma plataforma digital, serão disponibilizados ao visitante materiais articulados aos eixos curatoriais da exposição, reunindo um conjunto de imagens, vídeos, áudios, textos, ilustrações e propostas de atividades.

Sobre o Museu da Diversidade Sexual

Primeiro equipamento cultural da América Latina relacionado à temática, o Museu da Diversidade Sexual foi criado em maio de 2012 e é uma instituição vinculada à Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo. Sua missão é preservar o patrimônio sócio, político e cultural da comunidade LGBTQIA+ brasileira através da coleta, organização e disponibilização pública de referenciais materiais e imateriais. As atividades culturais, educativas e expositivas do MDS têm foco nas orientações, identidades e expressões de gênero dissidentes.

Serviço
Local: Museu da Diversidade Sexual
Estação República do Metrô, atrás da bilheteria. Piso Mezanino, loja 518
Abertura:
29 de outubro às 14 horas
Funcionamento:
Terça a domingo das 10 horas às 18 horas
Classificação Indicativa:
Livre
Ingressos:
Gratuito
Capacidade de até de 70%

Redes Sociais

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Museu da Diversidade Sexual (MDS)
Estação República do Metrô, n° 24. R. do Arouche – República. São Paulo (SP).
O museu está localizado dentro da Estação República do Metrô, atrás da bilheteria. Piso Mezanino, loja 518.

Assessoria de Imprensa do Museu da Diversidade
E-mail: assessoria@pevi56.com

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