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ENTREVISTA – Semana da Mulher – Daniela Alfonsi

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Daniela Alfonsi

“Machismo a gente enfrenta em qualquer área e eu acredito que o esporte é só mais uma delas”

Daniela é Diretora de Conteúdo do Museu do Futebol

Pergunte para a sua irmã, a sua amiga ou até a sua namorada. Hoje não é muito difícil encontrarmos uma mulher que goste de futebol, aprecie e torça de verdade. Mas, apesar de tudo, ainda é muito comum essas mulheres ouvirem gracinhas e até serem desafiadas a provar que entendem mesmo do assunto.

Agora imagine ser mulher e Diretora de Conteúdo do Museu do Futebol. Daniela Alfonsi, de 37 anos, que há dez trabalha no Museu – antes mesmo da sua inauguração – pode nos dar uma ideia do que significa ter que provar que tem domínio do tema.

Daniela acompanhou a abertura Museu e a concepção do Centro de Referência do Futebol Brasileiro (CRFB), área responsável pelos acervos e pesquisas da instituição, inaugurado em 2013. “Foi uma realização extremamente importante e hoje contamos com a maior biblioteca pública sobre futebol, masculino e feminino, banco de dados e realizamos pesquisas de campo por meio das quais conhecemos e registramos os diversos futebóis”, explica.

Tendo começado como coordenadora de documentação, pesquisa e exposições, desde 2014, Daniela atua na direção do Museu, gerenciando três áreas formadas, na sua maioria, por mulheres. Um dos principais desafios que enfrentou quando assumiu a função foi o de dar visibilidade ao futebol feminino. “Escolhemos o ano de 2015 para nos dedicar ao tema, pois era ano de Copa de Futebol Feminino, no Canadá. O projeto envolveu pesquisa, debates e culminou na inclusão da participação das mulheres na exposição de longa duração do Museu”.

Além incluir a modalidade feminina na exposição, o Museu procura ampliar o número de visitantes mulheres. “O futebol não precisa ter gênero, e, enquanto museu, podemos ter atrações para meninas crianças e mulheres. O que fizemos foi o mínimo para começar, ainda tem muita coisa por fazer”, avalia.

No Dia Internacional da Mulher, Daniela deixa seu reconhecimento pela batalha das mulheres por maior espaço no mercado de trabalho e direitos iguais. “Eu sempre penso nas mulheres que estão em uma situação muito mais vulnerável que a minha e gostaria que todos lembrassem que esse é um dia de luta”, diz. “A minha geração ainda não vai acabar com o machismo, é algo ainda muito intricado na nossa sociedade. Mas o fato de termos consciência de que ele existe e questionar já é um grande passo. Espero passar essa mensagem para minha filha, que ela não apenas perceba, mas combata o machismo”.

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