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Exposição “Contra-ataque! As Mulheres do Futebol”, chega a Santos

Exposição itinerante do Museu do Futebol foi um sucesso em São Paulo, Araraquara e São José dos Campos. Agora a Mostra chega em Santos, no Museu Pelé, no dia 1 de dezembro e fica em cartaz até 31 de março de 2024  

   

A exposição itinerante “CONTRA-ATAQUE! As Mulheres do Futebol”, desembarca em mais uma cidade do Estado de São Paulo. Dessa vez, a mostra chega à cidade de Santos e ficará em cartaz na sala de exposições temporárias do Museu Pelé, de 1 de dezembro de 2023 e a 31 de março de 2024. A mostra apresenta a história de resistência das mulheres brasileiras, que foram proibidas por Lei de jogar bola, entre 1941 e 1979. Especialmente para Santos, foi incorporado um módulo sobre a história do futebol de mulheres na cidade. A visita acontecerá de terça a domingo, das 10h às 17h30, com entrada gratuita.     

O Museu do Futebol é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo de São Paulo. A exposição “CONTRA-ATAQUE! As Mulheres do Futebol” acontece em parceria com o Museu Pelé e com a Prefeitura de Santos, além do apoio do Sistema Estadual de Museus de São Paulo (SISEM-SP). Trata-se de uma versão itinerante da mostra montada no Museu do Futebol em 2019, e que teve mais de 200 mil visitantes, com curadoria das pesquisadoras Aira Bonfim, Silvana Goellner e Lu Castro, além da ex-jogadora e atual dirigente da CBF, Aline Pellegrino.  

A cada cidade por onde passa, “CONTRA-ATAQUE!” ganha um módulo especial sobre a história do futebol de mulheres na cidade – e o mesmo vai acontecer em Santos. Com pesquisa realizada por Daniela Lima, o módulo contará como as mulheres de Santos logo se organizaram para jogar bola após a queda do decreto-lei que as impedia praticar futebol. 

O fim da proibição em todo o Brasil aconteceu em 1979, porém a modalidade só foi regulamentada em 1983. Nesse mesmo ano, foi organizado o primeiro Campeonato de Futebol de Salão Feminino na cidade, com o patrocínio da Companhia Antártica Paulista e do Esporte Clube Itapoã (onde eram realizados os jogos), com a supervisão técnica da Liga Santista.   

Na década de 1980, era comum que empresas e clubes se organizassem para realizar alguns jogos esporádicos. Equipes da região como o Savoy, do Guarujá, o São Paulino, da cidade de São Vicente, e a equipe local, a Cidade de Santos, participavam desses amistosos. Além do futsal, ocorriam também os Torneios de Futebol de Praia. A maioria das equipes era composta pelos mesmos times de empresas praticantes do futebol de quadra.   

As universidades também incentivavam as estudantes a formarem suas equipes de futebol de mulheres e realizavam os JUBAS — Jogos Universitários da Baixada Santista —, que contavam com a participação das equipes da Faculdade AELIS, dos cursos de Medicina, Odontologia, Tecnologia, da Faculdade de Educação Física de Santos e da Faculdade do Carmo, para citar as mais atuantes. Esses campeonatos movimentavam a cidade. 

O futebol de mulheres avançou em meados de 1990 na região da Baixada. A Liga Santista de Futsal tomou forma, e os campeonatos começaram a acontecer com mais frequência, agora com a participação de atletas de todas as idades. 

A partir de 2000 as Sereias da Vila ganharam protagonismo e realizaram grandes conquistas para o Santos Futebol Clube, como o bicampeonato da Libertadores Feminina, o bi da Copa do Brasil, campeonatos paulistas, entre outros tantas taças levantadas. É toda essa trajetória, que o visitante poderá ver de perto no Museu Pelé. 

 

Futebol de mulheres no Brasil

Logo na entrada da exposição o público vai entender o contexto de preconceito e machismo que levou ao decreto-Lei assinado pelo presidente Getúlio Vargas proibindo às mulheres “a prática de desportos incompatíveis com as condições de sua natureza”. O ator Antonio Fagundes e a atriz Patrícia Pillar interpretam em áudio cartas publicadas em jornais de 1940, respectivamente contra e a favor do futebol de mulheres, ilustrando como a opinião pública debatia a questão.   

A exposição mostra como as mulheres brasileiras deram um jeito de continuar jogando mesmo sob a proibição – por exemplo, em partidas disputadas como atrações de circo. Em seguida, os visitantes verão como a modalidade começa a se desenvolver depois que a proibição caiu, em 1979, e especialmente após a regulamentação, em 1983, com muita precariedade e falta de apoio até o final da década de 2010 – basta lembrar que a Seleção Feminina de Futebol jogou com uniformes da Seleção masculina até 2019, quando finalmente foi desenvolvido um modelo próprio para mulheres.   

O público verá também um apanhado de frases preconceituosas publicadas pela imprensa e vistas nas redes sociais até hoje sobre mulheres que jogam bola. Na instalação audiovisual, as frases são reescritas para deixar de fora palavras negativas e preconceituosas contra mulheres que jogam bola. Uma coleção de jogadas incríveis mostra o jogo bonito desenvolvido por mulheres apesar das adversidades, e deixam claro o que a modalidade poderia ser hoje não fossem as décadas de proibição e falta de apoio.      

A exposição conta com Apoio da Rede de Memória do Esporte, Parceria do Museu Pelé e da Prefeitura de Santos, e é uma realização do Sistema Estadual de Museus – SISEM e Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo de São Paulo. 

   
SERVIÇO    
   
CONTRA-ATAQUE! As Mulheres do Futebol – Exposição itinerante    
Museu Pelé   
Largo Marquês de Monte Alegre, 1 – Valongo, Santos     

De terça a domingo, das 10h às 17h30 

Gratuito  

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