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Debate sobre tecnologia e arbitragem no Museu do Futebol

O mundial de futebol de 2018 vai ser um marco para o uso de tecnologia no esporte. A edição disputada na Rússia será a primeira da história com uso do VAR (sigla em inglês para árbitro auxiliar de vídeo), aparato com 33 câmeras cujo propósito é tentar dirimir dúvidas sobre lances capitais do jogo. O advento do dispositivo é uma das premissas básicas do debate “Arbitragem: evolução, uso das tecnologias e o que esperar do campeonato mundial de futebol de 2018”, que o Museu do Futebol, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, vai realizar às 19h da próxima sexta-feira (8/6). O evento integra um ciclo de palestras sobre o mundial e tem entrada gratuita (a participação está condicionada à capacidade do auditório, que tem 174 lugares e quatro espaços para pessoas com deficiência).

O debate faz parte da programação de lançamento do livro “Grandes árbitros do futebol brasileiro – o desenvolvimento do futebol pelo olhar da arbitragem”, escrito por Daniel Destro. Além dele, a mesa será composta por Sálvio Spínola Fagundes Filho (ex-árbitro Fifa e atual comentarista dos canais “ESPN”), Ednilson Corona (ex-árbitro assistente Fifa – trabalhou na Copa do Mundo de 2006 – e atual chefe da comissão de arbitragem da Federação Paulista de Futebol), Regildênia de Moura (árbitra da CBF e da Fifa) e Zé Elias (ex-jogador e atual comentarista dos canais “ESPN”). A mediação será feita pelo jornalista Celso Unzelte.

Destro iniciou trajetória como árbitro em 2004, quando um amigo o convenceu a fazer curso da Federação Paulista de Futebol (FPF). Integrou o quadro da entidade estadual entre 2005 e 2016.

“Pela necessidade de manter meu trabalho principal [com tecnologia], uma carreira sólida e de crescimento, além de querer progredir como árbitro, fazia jornada dupla. Precisava treinar duro, viajar sempre, muitas vezes faltando em alguns dias de trabalho para apitar jogos pelo Estado de São Paulo.”

Daniel Destro

Além da necessidade de organizar o calendário, a ideia de conciliar o trabalho como árbitro e a carreira em tecnologia acabou fazendo com que as duas coisas se misturassem na trajetória de Destro. Ele começou a desenvolver em 2007 um sistema de estatística para juízes e auxiliares e recentemente se tornou parceiro comercial de um aplicativo para relógios de árbitros.

Curiosamente, os projetos que misturam o futebol com tecnologia, com um olhar mais voltado para o futuro, também foram a porta de Destro para uma conexão com o passado. A partir do sistema de estatísticas, o ex-árbitro montou uma grande base de dados e começou a pensar em como criar algo que unisse os números e a paixão por história do futebol. Foi essa a gênese do livro.

“Aprendi sobre o passado do futebol e da arbitragem. Sempre quis achar um sentido filosófico na coisa, e daí surgiu a ideia de escrever. Não apenas falar do árbitro e das regras, mas mostrar como o futebol se desenvolveu por meio das regras e filosofia de jogo. É uma realização pessoal, mas mais do que isso eu quis homenagear, lembrar e eternizar nomes importantes da história do futebol”, completa o ex-árbitro.

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