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10EPM: com a palavra, o público!

Troca de ideias e práticas, reencontros, novas amizades, fortalecimento de parcerias e aquisição de novos conhecimentos. Essas foram algumas das avaliações colhidas de participantes do 10º Encontro Paulista de Museus (10EPM), iniciativa do Sistema Estadual de Museus (SISEM-SP) e ACAM Portinari que reuniu representantes de instituições museológicas de todo o País de 18 a 20 de julho, no Memorial da América Latina, em São Paulo.

Além de celebrar os dez anos ininterruptos do evento, a edição de 2018 também marcou o retorno do EPM à sua tradicional “casa”. Desde 2013, as atividades do Auditório Simón Bolívar haviam sido interrompidas devido às obras de restauro do Memorial.

O 10EPM marcou ainda a entrega, pela primeira vez, da Medalha de Mérito Museológico “Waldisa Rússio Camargo Guarnieri”. O homenageado foi o professor Ulpiano Bezerra de Meneses, aplaudido de pé e emocionando a todos.

Confira abaixo as impressões de alguns dos participantes durante o Encontro:

 

José Adilson dos Santos, secretário de Cultura e Turismo de Sertãozinho:

É o primeiro ano que venho. Quero parabenizar a organização do evento. Está tudo muito bem organizado, as atividades bem distribuídas, com temas propícios aos municípios presentes. Em Sertãozinho, há o Museu da Cidade e o Museu da Cana – e temos agora muito a fazer diante do que foi apreendido aqui no Encontro. Daqui estamos levando grandes ideias.

 

Lilian Vogel, gerente de Folclore e Cultura Popular da Prefeitura de Atibaia:

É um encontro muito bem organizado, muito bem pensado e sempre com as novas tendências da área museológica em pauta. Agora, por exemplo, estamos discutindo muito o museu de território, o museu colaborativo, museus de comunidades. Esses museus são exemplos de atitudes e de vontades que vão além dos muros do espaço físico. São momentos muito bons de reflexão.

 

Valnice Paiva, pedagoga e mestre em Educação e Contemporaneidade, de Salvador (BA):

É a primeira vez que participo do evento. Eu estudo brinquedos e brincadeiras tradicionais para crianças e tenho interesse de fazer um museu sobre brinquedos, jogos e brincadeiras tradicionais. Faço meu doutorado para a criação desse espaço. Por isso, aqui foi o lugar em que me encontrei, estou achando perfeitas a programação e a organização do EPM. Me vi chorando em algumas exposições e também com a fala de alguns participantes, pois aqui no Encontro achei o que estava procurando. Tudo isso, para mim, está sendo muito especial, pois me faz ver que a possibilidade de criação do nosso museu não é tão complexa quanto se pensa.

 

Rafael Barbi, representante do SISEM-SP na representação regional de Sorocaba:

Participo do EPM desde 2013, período em que fui gestor do Museu da Cidade de Salto. O Encontro é um dos pioneiros em discutir o que é o setor museológico de fato. Além disso, todos os anos a organização tenta transformar essa discussão, trazendo cada vez mais casos, não só da capital, mas também do interior. Nos três últimos anos, o EPM trouxe uma discussão muito importante: de que os museus, na verdade, são espaços sociais de resistência, quebrando um pouco aquela perspectiva de que eles são templos, como se fossem intocáveis. A comunidade tem de discutir o que está acontecendo lá dentro.

Vera Cardin, socióloga, especialista em museologia, doutora em antropologia, de São Paulo:

Vim a todas as edições do evento, pois fui responsável por acervos e trabalhei durante anos na Secretaria Municipal da Cultura de São Paulo. Um encontro como esse é fundamental para o mundo dos museus e do patrimônio. Se não houver conversa, troca, o profissional está sempre muito sozinho. Conhecer os outros fazeres é fundamental. Para conseguir chegar a dez edições seguidas, é importante o envolvimento das pessoas. Quem trabalha com política pública sabe que, se não tiver a presença de pessoas envolvidas e interessadas, ela não perdura, porque a mudança de administração é inerente, faz parte do nosso sistema político. Especificamente sobre o 10EPM, estou gostando muito. É muito comum ficarmos restritos ao nosso universo. Quando você ouve outras pessoas falando sobre o que é museu, aquilo te reinventa, você se estimula e faz a crítica: não estou sozinho, o que eu faço tem sentido, o museu está dentro de um contexto maior.

 

Sérgio Rodrigues Gonzalez, gestor do Museu da Associação dos Ex-Combatentes do Brasil, de Santo André:

Desde que me formei como técnico em Museologia, há cinco anos, eu participo do EPM. Gosto muito dos debates em torno da gestão e governança dos museus, como mantê-los vivos. Em nosso museu, por exemplo, os veteranos de guerra antes eram em grande quantidade; mas foram morrendo e, hoje, o museu passa por dificuldades por falta de recursos financeiros. Isso porque a criação e manutenção do museu vinham da mensalidade de uma centena de veteranos. Hoje, nós temos apenas dois. Para suprir isso, estamos tentando fazer uma Associação dos Amigos do Museu. O Encontro ajuda a pensar nessas soluções.

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