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Theatro São Pedro apresenta a opereta La Belle Hélène

Montagem reúne elenco jovem, entre solistas, coralistas e bailarinos e estreia no próximo dia 29 de novembro

Dividida em três atos, obra cômica tem como base a história da Guerra de Troia e é tida como um dos melhores exemplos da produção de Offenbach; Montagem reúne elenco jovem, entre solistas, coralistas e bailarinos e estreia no próximo dia 29 de novembro

 

A alegria e a sátira como os sabores dominantes da música. Esses são alguns dos elementos de La Belle Hélène, opereta do século XIX, composta pelo alemão naturalizado francês Jacques Offenbach com libreto de Ludovic Halévy e Henri Meilha, que o Theatro São Pedro, mantido pela Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo e sob a gestão da Santa Marcelina Cultura, leva ao palco no final do mês de novembro.

Desde o início cheia de cores e humores, tanto nas cenas quanto nas melodias, La Belle Hélène é um exemplo da melhor produção do compositor que foi referência no estilo em sua época. O interesse de Jacques Offenbach pelo mundo da Antiguidade precisa ser compreendido à luz de que a história é feita de ciclos que se repetem – e que, portanto, na investigação da mitologia grega, o compositor está de fato mais preocupado em falar de sua própria época.

A estreia acontece no dia 29 de novembro (quarta), às 20h00 e segue em cartaz com outras quatro récitas, nos dias 1º, 3, 5 e 7 de dezembro, no mesmo horário exceto domingo, que começa mais cedo, às 17h00. Os ingressos custam entre R$ 30 e R$ 80.

Offenbach criou o teatro Bouffes Parisiens e compôs cerca de 50 operetas em um curto espaço de sete anos. Entre as mais de 600 obras escritas por ele, La Belle Hélène teve papel fundamental para confirmar a notoriedade do compositor no cenário local e internacional.

Em La Belle Hélène, ele investiga a mitologia grega e faz um deboche dos personagens históricos, apresentando-os como caricaturas. “Amor, traição, sarcasmo e crítica são atemporais, e é isso que a obra explora de forma majestosamente divertida”, destaca Caetano Vilela, diretor cênico e iluminador.

A trama se passa em Esparta, mas na verdade nos fala do mundo que cerca o compositor e que compreende a segunda metade do século XIX. Dividida em três atos e com muitas falas, a montagem será cantada em francês e com diálogos em português A riqueza das operetas de Offenbach, em especial La Belle Hélène, deve-se em grande parte à percepção de que o texto é tão importante quanto a música. Na visão do compositor, é preciso haver correspondência entre os dois elementos para que a obra funcione.

A opereta estreou em 17 de dezembro de 1864 em Paris, no Théâtre des Variétes. No Brasil, sua primeira récita ocorreu em outubro de 1887, no Teatro Politeama Fluminense, no Rio de Janeiro. O estilo opereta é marcado por uma música mais leve e divertida, que trabalha com textos irônicos, quase que como comédias de costume e pode-se dizer que fica entre a ópera e o teatro musical que explodiu no século passado.

Assim como em Don Giovanni, apresentada no início do mês, as partituras de Jacques Offenbach estarão sob a leitura do maestro Cláudio Cruz, que rege a Orquestra do Theatro São Pedro. Cruz é o atual diretor musical da Orquestra Jovem do Estado de São Paulo e reconhecido com sólida carreira artística, como músico de orquestra e grupo de câmara e regente convidado das principais sinfônicas do Brasil, América do Sul, Europa e Japão.

A direção cênica e iluminação é de Caetano Vilela, que já trabalhou em dezenas de produções no Brasil e no exterior, incluindo na iluminação da ópera Tannhäuser, regida por Gustavo Dudamel no bicentenário do compositor alemão Richard Wagner. Com diversos trabalhos no currículo, Vilela foi vencedor do Prêmio Shell de Iluminação para teatro, em 2011 e indicado ao mesmo prêmio por três anos consecutivos, entre 2014 e 2016.

Quem assina a cenografia é a arquiteta Duda Arruk, reconhecida por excelentes produções em teatro, ópera, shows e musicais. Os figurinos são do estilista Fause Haten, que faz sua estreia no universo operístico, e a coreografia é do bailarino argentino Luis Arrieta.

O Theatro São Pedro apresentou nesta temporada uma programação que abrange todas as atividades pertinentes a um teatro – da música popular à música clássica, contemplando todos os agentes da orquestra, do regente ao instrumentista, passando pelo cantor, incluindo também a experiência em direção cênica e musical, administração cultural e pesquisa musical.

Esta agenda foi elaborada por um conselho artístico que reúne profissionais de diversas áreas e trouxe ao público títulos como Don Giovanni, de Mozart, e a dobradinha com o balé Pulcinella, de Igor Stravinski, e a ópera Arlecchino, de Ferruccio Busoni.

A montagem

É uma releitura da história grega, mas sem se preocupar com uma recriação de época. Propõe o contato direto do cantor com o público, a quebra do personagem. A desconstrução da cena e de personagens históricos. Essa proposta fica bem evidente já na abertura. Com as cortinas abertas, luz de serviço e o público ainda se acomodando em seus lugares, o terceiro sinal avisa que o espetáculo já vai começar. No primeiro ato, o elenco se apresenta e começa a se vestir aos olhos da plateia com os figurinos dispostos no palco, em araras.

Esse espírito é que norteia toda a montagem. “Criei um jogo metalinguístico com o próprio teatro, descortinando todas as transições de cena para que os cantores se relacionem com o público diretamente, quase como cúmplices da história”, completa Caetano Vilela.

O cenário de Duda Arruk faz uso de guilhotinas cenográficas para dar a ideia das variações de ambiente. Partindo da ideia de uma arquitetura não realista, os tradicionais pórticos gregos estão repaginados. Palco espelhado, piso e laterais brilhantes dão a sensação de multiplicação dos cantores e bailarinos, que parecem flutuar no palco.

Assinados pelo estilista Fause Haten, os figurinos de linguagem contemporânea dialogam muito com os cenários. As recentes viagens a Paris e Seul, na Coreia do Sul, serviram de inspiração a Haten para criação das mais de 30 peças que vestem solistas, coralistas e bailarinos.

Elenco

O elenco de La Belle Hélène é formado exclusivamente por jovens que estão a caminho da profissionalização, todos alunos da Academia de Ópera do Theatro São Pedro e do Ópera Estúdio da EMESP Tom Jobim, que a partir de maio deste ano passaram a realizar as atividades artísticas e pedagógicas integradas. Juntos, estão envolvidos em uma agenda de pockets óperas encenadas no hall e no palco do Theatro São Pedro.

Ao todo são 13 solistas, alguns dos mais talentosos da nova geração como Gabriela Bueno (Helena), Rodrigo Kenji (Páris), Eduardo Javier Gutiérrez (Menelau) e Anderson Barbosa (Calcas), que integrou o elenco de Don Giovanni nas montagens do Festival de Belém e do Theatro São Pedro. Fernanda Nagashima (Leena), Luísa Aguilar (Partenis), Raquel Paulin (Báquide), Nathália Serrano (Orestes), Miguel Nador (Agamemnon), Wilken Silveira (Aquiles), Daniel Soufer (Ajax I), Lucas Nogueira (Ajax II) e Vinicius Costa (Filocomo) completam o time.

O coro é formado por 15 vozes, entre sopranos (Alessandra Wingter, Karoline Campanelli, Lais Assunção e Midia Alvarenga, contraltos (Cintia Costa, Emily Alves e Ivy Szot), tenores (David dos Santos Medrado, Marco Mautav e Paulo Lanine), baixos (Athos Bueno, Claus Xavier, Marcus Danilo dos Ouros e Nelmon Henrique) e um contratenor (Bruno Costa). Quatro bailarinos também estão na montagem, são eles: Gisele Bellot, Jean Linconl, Júlio César e Thais Diniz.

História

Na Grécia antiga, a deusa Vênus promete a Páris, após a competição no Monte Ida, que ele conquistará a mulher mais bonita do mundo. Helena, que é casada com Menelau, se preocupa, pois sabe da sua beleza. Páris, com a ajuda de Calcas, convence os reis da Grécia a enviarem Menelau em uma missão a Creta. Helena, temendo pela força de seu destino, pede que dobrem os escravos a proteger seu sono, mas Páris entra disfarçado de escravo e ela cai em seus braços misturando sonho e realidade. Menelau retorna e pega os dois juntos. Páris é expulso de Esparta, e como vingança Vênus torna todas as mulheres infiéis. Menelau é acusado de causar tamanho mal aos homens gregos, e tem a ideia de convocar o áugure de Vênus. Ele diz que, para pôr fim às mazelas, Helena deve ir com ele a Citera oferecer sacrifícios a Vênus. Ao embarcar, o áugure revela ser, mais uma vez, Páris disfarçado. Apesar do susto, todos desejam boa viagem ao casal.

Profissionais

 

Cláudio Cruz, diretor musical

Iniciou-se na música com seu pai, o luthier João Cruz. Foi premiado pela Associação Paulista de Críticos de Artes, Prêmio Carlos Gomes, Prêmio Bravo e Grammy Awards. Atuou como spalla da Osesp (1990 a 2012), foi diretor musical da Orquestra de Câmara Villa-Lobos e regente titular das Sinfônicas de Ribeirão Preto e Campinas. Regeu a New Japan Philharmonic, Hiroshima Symphony (Japão) Orquestra de Câmara de Toulouse, Northern Sinfonia (Inglaterra), a Sinfonia Varsovia, Svogtland Philharmonie (Alemanha), Jerusalem Symphony Orchestra. É regente titular e diretor musical da Orquestra Jovem do Estado, primeiro violino do Quarteto de Cordas Carlos Gomes e foi diretor artístico da Oficina de Música de Curitiba.

Caetano Vilela, direção cênica e iluminação

Dirigiu e iluminou dezenas de produções, no Brasil e no exterior, com destaque para Lady Macbeth de Mtzensk, Ariadne em Naxos, Os Troianos, Orfeu e Eurídice, e Ça Ira, de Roger Waters. Iluminou o musical The Sound of Music no Théâtre du Châtelet, em Paris; no bicentenário de Wagner iluminou Tannhäuser sob regência de Gustavo Dudamel; e dirigiu O Navio Fantasma. Em 2015 dirigiu os programas duplos Um Homem Só e Ainadamar, no Theatro Municipal de São Paulo, e O Homem dos Crocodilos e Édipo Rei, no Theatro São Pedro. Foi um dos selecionados para representar o Brasil na Quadrienal de Praga, na República Tcheca.

Fause Haten, figurinos

Arista multifacetado, conhecido no mundo da moda no Brasil e internacionalmente com uma carreira de mais de 25 anos. Fause Haten tem se destacado em figurinos de musicais como O Médico e o Monstro, O Mágico de Oz, Hello Dolly, A Madrinha Embriagada (Prêmio Bibi Ferreira de melhor figurino de 2014), Meu Deus, Um Bonde Chamado Desejo (indicado ao Prêmio Shell de melhor figurino de 2015) e Num Lago Dourado; com diretores como Fred Hanson, Charles Moeller, Miguel Falabella, Elias Andreato e Rafael Gomes.

Duda Arruk, cenografia

Arquiteta e urbanista formada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, Duda Arruk começou a atividade artística em 1994 com o curso de Cenografia do CPT, organização J. C. Serroni, e em 1995 trabalhou na organização dos arquivos na Fundação Flávio Império. Desde então, desenvolve sólida carreira como cenógrafa em produções de teatro, ópera, musicais, shows e exposições. Em ópera, trabalhou com os diretores Mauro Wrona e Caetano Vilela.

Luis Arrieta, coreografia

Bailarino, coreógrafo, professor e pesquisadro, com mais de 150 criações, Luis Arrieta nasceu na Argentina e começou na dança em Buenos Aires, desenvolvendo estudos e carreira principalmente no Brasil. Diretor, co-diretor, maitre e coreógrafo de importantes companhias brasileiras, também atua na América Latina, EUA e Europa, em montagens e turnês. Reconhecido em inúmeros prêmios e menções honrosas, Luis Arrieta apresenta-se em eventos especiais de dança trazendo ao palco toda a sua experiência e sendibilidade interpretando criações próprias.

 

Serviço:

La Belle Hélène, de Jacques Offenbach – obra em três atos

Datas: 29 de novembro, 1, 3, 5 e 7 de dezembro

Horários: 20h00 exceto domingo, às 17h

Local: Theatro São Pedro

Endereço: Rua Barra Funda, 161 – Barra Funda, São Paulo/SP

Ingressos: R$ 30 a R$ 80

Plateia: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia)

1º Balcão: R$ 25 (inteira) e R$ 12,50 (meia)

2º Balcão: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia)

Mais informações: (11) 2122-4070 – www.compreingressos.com

Duração: 160 minutos com 2 intervalos

Classificação indicativa: 12 anos

Capacidade: 636 lugares

Acessibilidade: Sim

Fotos: Facebook Theatro São Pedro

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