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Condephaat tomba estações ferroviárias do interior de São Paulo

Além de representarem o auge da expansão cafeeira do Estado de São Paulo no século XIX, os imóveis se destacam por sua importância nos processos sociais, históricos e econômicos

O Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo) aprovou o tombamento das Estações Ferroviárias de Bento Quirino, em São Simão, Estação Ferroviária de Águas da Prata, Estação Ferroviária de Brodowski e Palácio Mogiana, em Campinas. Os tombamentos fazem parte da iniciativa do conselho de preservar remanescentes da antiga Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, que desempenharam papel relevante em processos históricos, sociais e econômicos, seja de caráter regional, estadual ou nacional.

O principal objetivo da construção das ferrovias foi o de agilizar o escoamento da produção de café, diminuindo o tempo de transporte entre os locais de produção e os portos de onde a mercadoria era exportada. Nesse sentido, a Estação Ferroviária de Bento Quirino, que hoje abriga o Museu Municipal Ferroviário de São Simão, foi de extrema relevância. No final do século XIX, era a passagem estratégica entre o município de Casa Branca e Cravinhos, na Região Metropolitana de Ribeirão Preto.

Já a Estação Ferroviária de Águas da Prata, foi além. Sua inauguração, que aconteceu em 1886, permitiu a exploração turística após a descoberta de fontes de águas minerais na região. No início do século XX, ao redor da estação, surgem casas e hotéis, entre eles o pioneiro Hotel Glória, também tombado pelo Condephaat. Em 1913, com a divulgação da análise sobre as riquezas das águas e o início da exploração comercial da fonte, Águas da Prata inaugurou nova etapa histórica, social e econômica. A partir de então, novos moradores foram atraídos pelas possibilidades hidroterapêuticas locais, cujas propriedades se alegavam equivalentes às de Vichy, na França.

A Estação Ferroviária de Brodowski possui inegável valor cultural local, pois foi a partir dela que se formou o núcleo urbano de Brodowski, além de ser um elemento presente na produção do artista plástico Candido Portinari. A ferrovia figurou imaginário do pintor e esteve presente em diversos quadros e em croquis.

Já o Palácio da Mogiana, erguido no estilo eclético, representa o auge de Campinas como um dos principais pólos de expansão do café. O palácio serviu como sede para a Companhia Mogiana de Estradas de Ferro de 1910 a 1926, mas permaneceu sediando atividades da companhia até 1972. Ele teve de ser alterado em sua forma original em 1953, quando uma das alas teve de ser demolida para alargamento de uma avenida, mas passou por uma minuciosa restauração em 2014 e hoje é sede de diferentes equipamentos públicos nos vários prédios do lote.

O tombamento das estações ferroviárias traz estes patrimônios para a esfera de valorização pública e busca garantir a orientação de futuras intervenções, de modo a assegurar preservação destes locais pela comunidade.

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